Tarso: “Dia 24 será julgado o sistema Judiciário brasileiro”
Ex-ministro da Justiça afirma que, em caso de condenação do ex-presidente Lula, o estado de exceção nos processos penais será consolidado
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O ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro (PT-RS) declarou, em entrevista à Rádio Gaúcha na quinta-feira (11), que uma condenação do ex-presidente Lula consolidaria “os métodos de exceção” no Brasil. De acordo com ele, o no próximo dia 24 o julgamento será o do “sistema judicial brasileiro”.
“Se Lula for condenado, está instaurado no Brasil a abertura da consolidação dos métodos de exceção nos processos penais. À medida que você abre a besta-fera do estado de exceção, não se sabe onde isso vai parar e é com todo mundo, vai acontecer com ex-presidente, com qualquer cidadão”, declarou o ex-ministro da Justiça de Lula.
Para ele, até o TRF já deu sinais de que o “caso triplex” está sendo tratado de maneira diferenciada dentro do Corte, citando como exemplo o fato de terem sido tirados de pauta nove processos e colocado o caso de Lula na frente. Ele acredita que o objetivo é “ajustar a tramitação” ao calendário eleitoral.
Tarso Genro defendeu a anulação do processo para que sejam corrigidas as deformidades legais, sob pena do caso chegar ao Supremo Tribunal Federal e ser anulado.
O ex-ministro explicou que o Judiciário brasileiro passa por um processo mundialmente discutido chamado “midiatização do processo penal”, quando os julgadores atuam para se tornarem figuras públicas através da imprensa.
“Existe um encontro siamês entre política e direito. Os julgadores deixam de representar a neutralidade formal do direito e começam a tomar posições políticas. É a decomposição do processo penal”.
Ele citou como exemplo o juiz de primeira instância do Paraná, Sérgio Moro.
“No momento em que Moro passa a ser consagrado pela Globo como o grande porta voz da Justiça brasileira isso é preocupante. Moro não é um sistema, é um juiz comum que não é de grande sabedoria, mas que compre suas funções de maneira esforçada até o momento em que ele compartilha do debate político e passa a ser um juiz inquisidor”, afirmou.
Da Redação da Agência PT de Notícias