“Nós temos que lutar 24 horas por dia”, diz trompetista Fabiano

Trompetista que ficou conhecido por fazer intervenções musicais em passagens da TV, Fabiano Leitão passa a semana na Vigília Lula Livre

Joka Madruga

Trompetista Fabiano Leitão na Vigília Lula Livre

A Vigília Lula Livre recebeu nesta segunda-feira (23), a visita de Fabiano Leitão, o trompetista que a militância de esquerda aprendeu a amar, acompanhando suas intervenções tocando “Olê Olê Olá, Lula, Lula” nos telejornais da Rede Globo.

Mais que entrar nas transmissões ao vivo dos noticiários, ele propõe usar o trompete para reconquistar espaços públicos para os que defendem a democracia, como fez domingo no Mercado Municipal de Curitiba. “A gente tem que recuperar todos os espaços que foram perdidos e avançar mais ainda, dizer que a gente está vivo, que a militância está presente, que a gente vai lutar 24 horas por dia”, afirma.

Que impressão você teve nessa primeira visita a Vigília?

Estar na Vigília é muito bom. Agora estamos mais perto do Lula e acho que dá para o homem escutar tudinho. A gente fica emocionado, porque talvez ele escute uma notinha dessas e dê aquela gargalhada. A gente está aqui por causa dele.

Agora estamos mais perto de Lula, em um terreno em frente à Polícia Federal.

A partir do momento em que a gente conseguiu esse terreno próximo da Polícia Federal, eu disse para mim mesmo: tenho que ir para lá porque agora tenho certeza de que ele vai me escutar. Abriu um espaço na agenda e fui de ônibus para Belo Horizonte, para uma atividade, peguei outro ônibus e vim para Curitiba.

No domingo você participou de uma ação no mercado municipal daqui. Como foi?

Foi uma delícia. Você chegar num antro de patos, mandar ver e os caras ficarem acuados. Porque a gente tem que tomar os espaços. Eles tomaram alguns espaços nossos. A gente agora tem que revidar, tem que entrar lá, gritar Lula nos espaços deles. A gente tem que recuperar todos os espaços que foram perdidos e avançar mais, dizer que a gente está vivo, que a militância está presente, que a gente vai lutar 24 horas por dia.

Como surgiu a ideia de fazer uma intervenção nas passagens jornalísticas da TV?

A primeira vez foi no dia que a Dilma caiu. Fiquei consternado, muito triste. Aí pensei: o Heraldo Pereira fica sempre nos pilares do STF, eu hoje vou pegar esse cara. Não levei o trompete. Pulei a grade e gritei Globo golpista. Os seguranças do STF me pegaram de porrada. Se não fossem os companheiros da Mídia Ninja, que estavam lá filmando, eu ia apanhar que nem um cachorro.

Assim começou a saga?

Esse foi meu primeiro momento de fúria… Depois que o Moro expediu o mandato de prisão do Lula, a mesma coisa aconteceu – minha revolta. Aí comecei a invadir link na TV com o trompete. Primeiro duas vezes no Jornal da Globo. Depois fiquei um mês esperando para pegar o Jornal Nacional. Conseguimos pegar o Jornal Nacional pela primeira vez. Logo em seguida pegamos a Record também.

Quantas intervenções no total até agora?

Foram sete só na Globo: duas no Jornal Nacional, três no Jornal da Globo e duas no Jornal Hoje.

Que retorno você tem da militância?

Vou te dizer uma coisa: tem até gente que não gosta do Lula e que se diverte. A gente tem algo em comum com o pessoal da direita: é que ninguém gosta da Globo. Eles não gostam por causa do beijo gay na novela, que é uma coisa progressista da Globo, a gente não gosta por causa da manipulação no Jornal Nacional.

Você avalia que atingiu os objetivos das intervenções?

Acho que sim. Os objetivos são claros. Primeiro, nunca deixar tirarem o Lula da pauta. O segundo é a delícia que é animar a militância, com aquela coisa de “ele conseguiu, vamos para a luta!” O terceiro, que é o melhor de todos, é desmoralizar a Globo, porque quando a gente invade ninguém mais presta atenção ao que eles estão dizendo.

De onde vem esse poder que galvaniza a militância?

É muito sentimento envolvido… A gente que está nessa luta sabe da injustiça, a gente sabe que estão roubando nosso país, nossas riquezas, que estão tirando as oportunidades do povo escolher pelo voto direto… Então é muito sentimento.

Você fica até quando na Vigília?

Vou ficar aqui até sexta-feira (27) e depois vou ao Rio, participar do Festival Lula Livre. Vou fazer uns trechos e músicas com a Ju Storino, uma moça lá do Rio que toca da janela do apartamento dela todos os dias na hora do Jornal Nacional.

Por Luis Lomba, da Redação da Agência PT de Notícias

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