Lula rebate ministro: mataram Chico Mendes, mas não a sua luta
Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que já foi condenado por adulterar mapa ambiental, questionou o caráter e a luta do ativista durante o Roda Viva
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A assessoria de comunicação de Lula rebateu, nesta terça-feira (12), as inaceitáveis declarações do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que questionou o caráter e a luta do ativista Chico Mendes. O ex-presidente criticou a completa falta de conhecimento do ministro de Jair Bolsonaro (PSL).
“Será que essas pessoas são tão burras que imaginam que matando Chico Mendes mataram a luta do Chico Mendes? Chico Mendes foi covardemente assassinado na porta de sua casa em Xapuri, por fazendeiros que queriam invadir terras e derrubar a floresta”, destacou a assessoria de Lula repetindo as palavras que o ex-presidente proferiu no dia da morte do ativista.
As críticas de Lula ocorreram após Salles dizer, durante entrevista ao Roda Viva, que não conhecia Chico Mendes e que escutava “histórias de todos os lados. Dos ambientalistas mais ligados à esquerda, que o enaltecem. E das pessoas do agro que dizem que ele não era isso que contam”.
"Sera que essas pessoas são tão burras que imaginam que matando o Chico Mendes mataram a luta do Chico Mendes?". Chico Mendes foi covardemente assassinado na porta de sua casa em Xapuri, por fazendeiros que queriam invadir terras e derrubar a floresta. #timeLula pic.twitter.com/IgH4HJlNRr
— Lula (@LulaOficial) February 12, 2019
O ministro de Bolsonaro ainda questionou a índole de Mendes e afirmou que o ativista “usava os seringueiros para se beneficiar”, o que foi também rebatido pelo jornalista Ricardo Lessa: “se beneficiar do que? Ele é reconhecido pela ONU”. Sem saída, Salles questionou: “O que importa quem é Chico Mendes agora?”.
Curiosamente, o fato de Salles ocupar o ministério do Meio Ambiente faz com que a luta e a memória de Chico Mendes sejam cada vez mais necessárias nos dias atuais. Isso porque o ministro de Bolsonaro já foi condenado, em dezembro de 2018, por improbidade administrativa e teve os direitos políticos suspensos por três anos por, incrível que pareça, ter adulterado um mapa ambiental para favorecer indústrias e mineradoras, quando era Secretário do Meio Ambiente de São Paulo.
Com esse histórico não é de se admirar que Salles queira esquecer ou questionar o legado de Chico Mendes.
Da Redação da Agência PT de Notícias