Tucanos tentam obstruir CPI da Sabesp
“O PSDB está fazendo chicana”, critica o presidente da CPI Laércio Benko
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Todos os partidos, exceto o PSDB, já indicaram seus representantes que irão atuar na CPI da Sabesp, aprovada pela Câmara Municipal de São Paulo. A comissão formada por nove integrantes irá investigar se a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) está cumprindo devidamente os contratos de fornecimento de água estabelecidos com a prefeitura da capital.
Para o presidente da CPI, o vereador Laércio Benko, a não-indicação é uma tentativa clara do partido tucano de obstruir a instalação das investigações. “O PSDB está fazendo chicana. Se a CPI não for instaurada até o prazo de 15 dias da sua aprovação, ela perde a validade”, explica Benko.
O PSDB tem até a terça-feira (19) para indicar um nome. Caso não o faça, o presidente da Câmara Municipal, José Américo (PT), deverá escolher um nome, podendo ser este de qualquer partido, seguindo o regimento da Casa. Segundo Américo, a expectativa é de que o PSDB indique até segunda-feira um representante.
“Nós não temos prática de indicar alguém pelo partido. O líder do PSDB, Floriano Pesaro, já disse que vai indicar alguém e deve fazer isso antes do fim do prazo. Não vejo porque não o faça”, disse Américo. Ainda no processo de criação da CPI, o PSDB já havia sinalizado que não facilitaria o andamento da CPI. Dos 39 votos computados, 30 foram favoráveis e 9 contra, sendo todos estes de parlamentares tucanos.
Benko conta que outros partidos, como o Partido Verde (PV) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), indicaram seus membros, apesar de serem contrários à comissão. “O importante não é você ser contrário ou não. O importante é discutir o assunto. Essa situação se trata de um embate democrático”, avalia.
O vereador Paulo Reis foi escolhido para representar o PT na comissão. Integram ainda a CPI Milton Leite (DEM/PR), Nelo Rodolfo (PMDB), Ari Friedenbach (PROS), José Police Neto (PSD), Paulo Frange (PTB) e Roberto Tripoli (PV).
O agravamento da crise hídrica e os indícios de racionamento não oficializados pelo governo estadual foram determinantes para que a Câmara Municipal aprovasse a investigação. Protocolada no começo do ano passado, a CPI ficou de fora da lista de preferência da casa. “Infelizmente começamos com esse atraso, mas isso não muda as investigações. A Sabesp é uma caixa preta que queremos abrir e vamos fazer isso com a prerrogativa que temos como vereadores”, avisa Benko.
Por Camila Denes, da Agência PT de Notícias