Ministério da Pesca fez dobrar consumo de peixe, mas Aécio quer eliminá-lo na reforma

Aécio lembra primeiro da Pesca quando fala em reduzir ministérios, apesar de o órgão criado por Lula ter demonstrado resultados

O candidato do PSDB Aécio Neves quase sempre cita o Ministério da Pesca como a sua prioridade na lista dos que ele pretende extinguir – especialmente porque ele prometeu ao agronegócio fortalecer o Ministério da Agricultura. No entanto, foi nos dez anos após a criação do ministério pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o consumo dobrou e hoje está um pouco acima dos 12kg por ano, por habitante, recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

“Só de 2012 para 2013, o consumo no país cresceu quase 25%. Em 2013, segundo dados do IBGE, a média de consumo nacional foi de 14,5kg por habitante no ano”, diz o ministro Eduardo Lopes, do Ministério da Pesca e Aquicultura. “Estamos num momento de crescimento e realizando ações que incentivam o consumo”, disse Lopes.

Na produção, o país passou a ocupar os grandes reservatórios de hidrelétrica para a produção de pescado, além de desenvolver políticas públicas de estímulo à aquicultura no litoral e em propriedades rurais. “Segundo dados do Ministério da Pesca, o Brasil teve uma produção estimada de 2,4 milhões de toneladas de pescados, no ano passado”, afirma Lopes. Ele disse que por um período a avaliação da produção era realizada por projeções, mas agora o Ministério está investindo no aprimoramento de parâmetros e controle.

O ministro reconhece que a produção nacional coloca o Brasil em uma boa posição, mas ainda está aquém da capacidade de produção. “A produção está crescendo, o consumo está crescendo. O Brasil tem condições para, em médio prazo, se tornar o segundo maior produtor de peixes do mundo”, completa. O ministro Lopes citou o Programa de Acesso às Águas da União como mais uma ação que contribui efetivamente para o aumento da produção nacional. “Temos um potencial de produção na aquicultura e na piscicultura de 20 milhões de toneladas. Ou seja, 10 vezes mais que o Brasil produz hoje”, conclui.

O ministro explicou que o aumento do consumo de pescados beneficia toda a cadeia de produção, na qual em uma ponta está o produtor e, na outra, o consumidor. “Se aumenta o consumo, melhora para o produtor, tanto o faturamento quanto a qualidade de vida. Para o consumidor, quando aumenta a produção, os preços também melhoram. Então, o consumidor ganha no preço e na qualidade de vida também, porque ele vai estar consumindo um alimento mais saudável”, explicou.

O incremento das vendas e consumo de pescado se deve especialmente à Semana do Peixe, comemorada em todo o Brasil nas duas primeiras semanas de setembro. Esta iniciativa foi criada pelo Ministério da Pesca e Aquicultura para estimular o consumo e a produção de pescado no País. “No primeiro semestre do ano, temos a Semana Santa, que incentiva muito o consumo do pescado. E no segundo semestre realizamos a Semana do Peixe, em setembro, onde procuramos divulgar pescado, contribuir para elevar seu consumo até o final do ano, e também promover seminários e palestras sobre o espírito da pesca e a importância do peixe como alimento, como nutrição”, explicou o ministro Eduardo Lopes.

 

Da Redação da Agência PT de Notícias

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