Manifesto: 8º Congresso será marco na ofensiva democrática do PT
Lançamento será nesta sexta (6), na sede do partido em Brasília, e congresso será em abril de 2026. Evento debate futuro do partido e a reeleição de Lula
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O Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras realiza nesta sexta-feira (6), às 18h, em sua sede nacional, o ato de lançamento oficial do seu 8º Congresso Nacional, que está previsto para ocorrer no mês de abril do ano que vem, em Brasília.
De acordo com o presidente Nacional do PT, Edinho Silva, o lançamento do 8º Congresso do PT é “o momento preparatório para a militância iniciar os debates e as formulações sobre o futuro do partido, sobre o fortalecimento da legenda para a superação dos desafios e também um momento propício de mobilização para a reeleição do presidente Lula”.
A direção nacional do PT aprovou um Manifesto de Lançamento do 8º Congresso Nacional, que traz os objetivos e as diretrizes do evento, instância máxima de decisão do partido. Em sua introdução, o documento faz uma análise da crise pela qual passa o capitalismo moderno. “A severa crise do capitalismo moderno, cujo epicentro está no funcionamento do sistema financeiro global, vem se agravando desde a sua eclosão, em 2008. A crise não é meramente cíclica; ela é estrutural e civilizatória, com consequências nefastas para os países do Sul Global, sobretudo as nações mais pobres e com dívidas impagáveis às instituições do chamado mercado”, aponta o documento.
O texto explicita o papel do Partido dos Trabalhadores na construção de uma “nova ordem política”, na qual o partido tem “a missão de propor caminhos para a construção de uma nova ordem política, econômica e social, na qual o papel do Estado seja redimensionado para responder aos anseios e necessidades reais da população do campo e das cidades”. E complementa: “A superação da crise global passa, necessariamente, pela construção de uma nova governança mundial que seja, de fato, justa, democrática e multipolar”.
O Manifesto do 8º Congresso do PT destaca também a questão da soberania nacional vinculada à crise climática que atinge todo o planeta. “A defesa da soberania nacional está intrinsecamente ligada à liderança na agenda climática. O Brasil já se posiciona como líder da transição energética justa, oferecendo à juventude não apenas um discurso ambiental, mas uma perspectiva concreta de futuro. Ao defender a proteção da Amazônia, o país não abre mão do processo de reindustrialização que permitirá a consolidação de um projeto de desenvolvimento nacional”.
O documento deixa claro que o PT deve “abraçar e liderar o debate em torno das pautas que impactam diretamente a vida do povo trabalhador, transformando-as em bandeiras de luta e compromissos de governo” , entre elas: a redução da jornada de trabalho com o fim da escala 6×1 sem redução de salário; o avanço na justiça social e tributária, a exemplo da aprovação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil por mês, conquista da nossa base que valerá a partir de 2026; e, fundamentalmente, enfrentar sem medo o debate a respeito do tema da segurança pública. “Defendemos a autoridade do Estado Democrático para libertar os territórios das milícias, do crime organizado e seus sócios na Faria Lima, com inteligência e sem a barbárie da violência policial”, ressalta o texto.
O Manifesto reafirma ainda que no Brasil a extrema direita não foi derrotada, mas apenas contida. “Novas batalhas virão, novas vitórias serão necessárias. Nossa base de 3 milhões de filiados deve ser o motor de uma frente ampla que impeça o retorno do obscurantismo e projete um futuro diferente para o Brasil. O PT está pronto: unir, organizar e lutar para consagrar Lula a um quarto mandato”, destaca o Manifesto.
Por fim, a direção nacional do PT destaca que o 8º Congresso será o momento político de o partido e toda a militância, dentro de uma ofensiva democrática, aprovar o programa de governo e a tática eleitoral do próximo ano, atualizar o programa do partido e reorganizar o seu funcionamento, fazendo as devidas alterações estatutárias. Longe de ser um rito burocrático, esse esforço de reflexão servirá para “reafirmar o papel histórico do PT como a maior força de esquerda da América Latina e o principal motor de transformação social no Brasil”.
Para coordenar e organizar todo o processo congressual dentro do PT, a Comissão Executiva Nacional escolheu como coordenador do congresso o deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP) e ainda haverá quatro subgrupos, coordenados por José Dirceu (eixo de Programa), Valter Pomar (Estatuto Partidário), Cristiano Silveira (Programa de Governo 2026) e Anne Moura (Conjuntura e Tática Eleitoral).
Da Redação
