Vai pra Cuba! Estudar cinema!
Ministério da Cultura subsidia parte dos estudos para quem pretende aprender mais sobre técnica e arte cinematográfica na ilha caribenha
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Do grupo de 40 estudantes que ingressará no próximo processo seletivo da Escuela Internacional de Cine y TV (EICTV), o Brasil deve ocupar de quatro a seis vagas. A escola, uma das mais tradicionais do mundo, fica em San Antonio de los Baños, em Cuba.
As inscrições estão abertas até o dia 7 de março para o período 2015/2018. Os candidatos farão as provas nos dias 13 e 14 de março, nas capitais: Brasília (DF) Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Florianópolis (SC) e Belém (PA).
Por meio da Secretaria do Audiovisual, o Ministério da Cultura (Minc) subsidia parte do valor da matrícula dos alunos brasileiros na, em Cuba, sendo o restante pago pelo aluno. O subsídio cobre integralmente a matrícula de 5 mil euros dos segundo e terceiro anos e parte do primeiro ano do curso.
As vagas se destinam aos cursos de Direção, Produção, Roteiro, Fotografia, Som, Documentário, Edição e TV e Novas Mídias. Os candidatos podem optar por apenas uma das especializações. Aprovado em todas as fases: documental, provas e entrevistas, o aluno deve iniciar as aulas em setembro.
Referência – Mesmo sob o cinquentenário bloqueio econômico imposto pelos EUA, EICTV é considerada um dos melhores centros de formação audiovisual do planeta.
Segundo a diretora de fotografia Jane Malaquias, egressa da instituição desde 1990, “é a vitória de uma utopia de amigos que estudaram cinema na Itália”: Gabriel Garcia Marques, Juilo Garcia Espinoza, Tomás Gutierrez Alea e Fernando Birri. De acordo com jane, a escola é uma esquina do mundo, onde se conhece gente de toda parte.
“É, de fato, internacional. E quando você se forma, fica fazendo parte de uma família eictviana”, ressalta a diretora.
Jane Malaquias ingressou na EICTV em 1987, para compor a primeira turma de Direção de Fotografia da recém-inaugurada escola. Ela conta que naquela época não havia muitas opções no Brasil. Jane então deixou Fortaleza, onde não havia escola de cinema, para estudar em Cuba, quando a escola ainda era gratuita.
“O bacana de ser da primeira turma era que a gente se sentia fazendo história”, avalia, hoje. Ela lembra que Fernando Birri, primeiro diretor da escola, foi quem construiu a base filosófica de uma escola “anti-escolástica, internacional e libertária”.
Jane atuou como diretora de filme e de fotografia em dezenas de curtas metragem, e foi premiada em diversos deles, como: “Cachaça”, “Clandestina Felicidade”, “O Pedido”, “A Árvore da Miséria” e “No Passo da Véia”. Com este último, a diretora foi premiada em três festivais nacionais e um internacional.
Em 2009, ela assinou o primeiro longa-metragem, a ficção “Restos de Deus entre os Dentes”, sobre três meninas que estão prestes a fazer a primeira comunhão.
Em 2012 Jane Malaquias foi premiada no 6 festival LGBT For Rainbow, no Festival de Brasília e no Internacional de São Paulo, como diretora de fotografia do filme Kátia. Trata-se da história da vereadora do município de Colônia do Piauí (PI), com sete mil habitantes. É a primeira travesti brasileira a ser eleita a um cargo político.
Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias