Minas aumentou distribuição de água em período eleitoral
Captação no sistema Paraopeba aumentou em setembro e outubro, mas voltou a cair em novembro
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O governo de Minas Gerais aumentou a captação de água do sistema Paraopeba, responsável pelo abastecimento da região metropolitana de Belo Horizonte, em setembro e outubro de 2014, meses de campanha eleitoral.
A denúncia foi veiculada pelo jornal “Estado de S. Paulo” neste sábado (7). O governo mineiro era comandado à época por Luiz Alberto Pinto Coelho (PP). Ele substituiu Antônio Anastasia (PSDB), que saiu do cargo para concorrer a uma vaga no Senado Federal.
O jornal lembra que, “apesar da queda constante do nível dos reservatórios do Sistema Paraopeba, verificada a partir de janeiro de 2014, a empresa, controlada pelo governo estadual, intensificou a captação em setembro e outubro, voltando a reduzir a produção a partir de novembro”.
O gráfico, elaborado pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e obtido pela reportagem, descreve os níveis dos reservatórios e a produção de água entre janeiro de 2013 e dezembro do ano passado.
De acordo com os indicadores apresentados, o Sistema Paraopeba (Rio Manso, Serra Azul e Vargem das Flores) registrou um pico de armazenagem em maio de 2013, quando a tábua de medição de nível alcançou 91,04%. Desde então, o volume está “em declínio quase constante”, registra a reportagem.
“Apenas em janeiro do ano passado o nível teve um aumento em relação ao mês anterior, passando de 68,72% em dezembro de 2013 para 77,51% no mês seguinte”, destaca. A partir daí, “a redução passou a ser a regra”, mostra o gráfico.
A produção de água era de 7,549 mil litros por segundo em janeiro de 2014 e baixou a 6,290 litros por segundo em agosto de 2014, em que o nível do sistema era de 50,51% – redução de 1,259 mil litros, ou quase 17%. Em setembro, o nível dos reservatórios caiu para 45,49% e a produção da Copasa subiu a 6,783 mil litros por segundo.
A queda do volume armazenado se acentuou no mês seguinte e, em outubro, chegou a 39,70% da capacidade -, ao mesmo tempo em que a produção para suprimento ao público saltou para 7,019 litros por segundo.
Em dois meses, o aumento da oferta d’água para consumo foi de 729 litros por segundo, ou 17% (quase um quinto da produção inicial), enquanto o nível das reservas caia quase 7,9%. Os reservatórios do Paraopeba estão hoje com menos de 30% de sua capacidade de armazenamento.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Estado de S. Paulo