CPI deve investigar tudo ou nascerá ferida de morte, diz Pimenta
Para o parlamentar, a falta de disposição da CPI para investigar período FHC será uma confissão pública do caráter ideológico da atuação do colegiado
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O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) afirmou nesta segunda-feira (02) que as investigações em torno de irregularidades na Petrobras serão comprometidas caso não abranjam o governo Fernando Hnerique Cardoso, do PSDB. Ele representou a bancada do PT na Câmara durante reunião da CPI.
O parlamentar destacou como prioridade para o PT o pedido de investigação desde 1997, ainda durante o governo FHC, período em que, segundo as declarações prestadas por Pedro Barusco à Justiça, iniciaram as irregularidades na empresa. Na delação, o ex-gerente da Petrobrás afirmou que “começou a receber propina em 1997 ou 1998”.
A CPI da Petrobrás, instalada semana passada pela Câmara, pretende apurar apenas os fatos ocorridos entre 2005 e 2015. De acordo com o deputado Pimenta, esse “recorte temporal” compromete a credibilidade da CPI.
“Se se mantiver a decisão de só se investigar a partir de 2005, essa CPI já nasce ferida de morte. Essa seleção do período contamina o trabalho da CPI, que terá mais explicações a dar à sociedade brasileira do qualquer revelação que possa trazer”, denuncia Pimenta.
O parlamentar lembra ainda que o Supremo Tribunal Federal já decidiu que não há limites temporais para o escopo ou profundidade das investigações realizadas por CPIs, que pode avançar sobre fatos não mencionados, desde que relacionados com o objeto ou causa determinante da investigação.
De acordo com o parlamentar, a falta de disposição de se investigar o período FHC será uma confissão pública do caráter ideológico da atuação do colegiado.
A próxima reunião da CPI da Petrobrás será quinta-feira (5), às 9h30.
Da Redação da Agência PT, com informações do PT na Câmara