Cardozo: Imprensa deturpou decisão do STF sobre Dilma

Nada há a arquivar, disse Zavascki. Ministro da Justiça voltou a defender autonomia dos órgãos de investigação

Brasília- DF- Brasil- 26/02/2015- O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, durante entrevista coletiva no Ministério da Justiça (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, criticou, neste sábado (7), a interpretação da imprensa em geral sobre a argumentação do ministro do STF e relator da Operação Lava Jato na Suprema Coste, Teori Zavascki, que disse que não existem indícios que pudessem envolver a presidenta Dilma Rousseff na ação.

“Nada há a arquivar em relação à presidente da República”, informou Zavascki.

“Não há indícios mínimos capazes de autorizar a abertura de qualquer procedimento. Portanto, me parece clara a conclusão do ministro Zavascki. A presidenta Dilma não teve pedida nem decidida qualquer autorização para investigação porque não há fatos, não há indícios que pudessem envolvê-la em absolutamente nada”, afirmou Cardozo.

Além disso, o ministro voltou a negar qualquer interferência ou influência do governo na elaboração da lista de políticos que serão submetidos a inquérito por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

Para Cardozo, a hipótese de o governo ter conseguido influenciar ou dirigir o teor das denúncias feitas em acordo de delação premiada é “inverossímil” e “incorreta”.

“É incorreto imaginar-se que o governo tenha influenciado, tenha colocado palavras na boca de pessoas que prestaram depoimentos na presença de membros do Ministério Público, da força-tarefa que está lá no estado do Paraná colhendo depoimentos”, destacou Cardozo.

A PGR é o órgão que, sob gestão do procurador-geral Rodrigo Janot, elaborou a lista de 54 pessoas (49 sob investigação, sendo 47 políticos) suspeitas de participarem do esquema de corrupção na Petrobras.

O ministro da Justiça voltou a defender a autonomia do Ministério Público para conduzir os trabalhos de investigação.

“Se no passado havia interferência para se buscar pessoas, hoje não mais ocorre. Concorde o Executivo ou não com as decisões, elas são de inteira responsabilidade do Ministério Público”, afirmou.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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