Gleisi Hoffmann: Graças ao governo federal, o Paraná tem investimentos
Há algum tempo corre a discussão, diria a acusação, de que o governo federal discrimina o Paraná, não faz investimentos, não garante as obras importantes à infraestrutura do Estado. Isso…
Publicado em
Há algum tempo corre a discussão, diria a acusação, de que o governo federal discrimina o Paraná, não faz investimentos, não garante as obras importantes à infraestrutura do Estado. Isso é mentira. Infelizmente essa conversa voltou com a divulgação da segunda fase do PIL – Programa de Investimento em Logística, na semana passada, em Brasília. Diga-se, por justiça, que ela concentra-se no governo do Estado e em algumas entidades, que conhecem a realidade dos investimentos, mas optam por um discurso político fácil.
É claro que queremos muitos e mais investimentos para o nosso Estado. O Paraná contribui muito com o PIB nacional, seja por sua produção, seja por sua arrecadação. Mas é de má fé dizer que o Paraná não recebe investimentos ou é discriminado pelo governo federal. Neste último Plano federal, o Paraná vai contar com investimentos de aproximadamente R$ 11 bilhões.
Se levarmos em conta critérios como população, PIB, extensão territorial, por exemplo, e que 20 dos 27 Estados receberão investimentos, veremos que esse montante não pode ser considerado discriminatório com nosso Estado. São investimentos em parcerias público-privadas que vêm ao encontro de antigas reivindicações, como a duplicação da BR-476, trecho Lapa/União da Vitória; duplicação da BR-116 da Fazenda Rio Grande ao município de Rio Negro; faixas adicionais na BR-101, divisa com Santa Catarina; investimentos para melhorar as ferrovias existentes, como novos pátios, aumento de capacidade de tráfego, novos ramais ferroviários, redução de interferências urbanas. Soma-se a isso a licitação de seis terminais no Porto de Paranaguá, aumentando o número de berços, dando mais capacidade de movimentação portuária.
Todas essas obras vão somar-se a outras já previstas no PAC e que estão em fase de licitação, contratação ou ordem de serviço, como a BR-163, entre Toledo e Marechal Cândido Rondon e o trecho de Cascavel a Marmelândia; a segunda ponte Internacional em Foz do Iguaçu; o Contorno Sul de Curitiba; o novo acesso ao Porto de Paranaguá; a finalização da Estrada da Boiadeira no trecho Tuneiras do Oeste a Porto Camargo; construção da BR-153, trecho Alto do Amparo a Imbituva.
Para que não pairem dúvidas, é bom relacionar as obras já concluídas no Paraná com recursos federais, hoje o terceiro Estado com maior investimentos em rodovias pelo DENIT, o departamento do Ministério dos Transportes responsável pela área. São elas: BR-153 – Construção do trecho Ventania – Alto do Amparo; BR-153 – Adequação de Capacidade União da Vitória – Divisa PR/SC; BR-153 – Construção e Vias Marginais no Perímetro Urbano de Ventania; BR-163 – Restauração e Adequação do trecho Mal. Cândido Rondon – Guaíra; BR-163 – Adequação na Travessia Urbana de Mal. Cândido Rondon; BR-163 – Construção do Contorno Oeste de Cascavel; BR-277 – Revitalização da Ponte da Amizade em Foz do Iguaçu; BR-376 – Construção do Contorno Norte de Maringá; BR-487 – Construção da Estr. Boiadeira – Cruzeiro do Oeste – Tuneiras. Além disso, temos 100% da malha federal de responsabilidade do DNIT coberta por recuperação e manutenção (CREMA). São 1.587,90 km.
Temos outras obras já reivindicadas para o PAC III, que será lançado no segundo semestre. Essas obras, como as de cima, foram discutidas com o setor produtivo do Estado, o chamado grupo G 7.
Além das obras de infraestrutura temos de lembrar do Minha Casa Minha Vida, verdadeiro e único projeto habitacional no Estado; a construção de UPAs, postos de saúde, sistema de esgotamento sanitário (as obras da Sanepar são realizadas com recursos do Orçamento Federal ou financiamento da Caixa Econômica); creches, escolas, Institutos Federais de Educação; interiorização do antigo CEFET, que virou UFPR, linhas de transmissão de energia, e muitos outros investimentos.
Fazer disputa política, reivindicar, reclamar, brigar por recursos é legítimo para qualquer Estado. Mentir não! A mentira nos afasta das pessoas, da confiança delas, tira-nos a capacidade de articulação, afastando-nos cada vez mais de nosso objetivo.
Gleisi Hoffmann é senadora PT-PR. Foi ministra-chefe da Casa Civil e diretora financeira da Itaipu Binacional