Martinha: Reivindicamos 50% das vagas nas eleições proporcionais para mulheres

Bióloga, mestre em educação, de família de operários do ABC paulista que iniciou a sua trajetória no movimento sindical e participou da fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Marta Domingues, a Martinha, assumiu como secretária de mulheres do diretório estadual do PT-SP em 2012.

No bate papo, a secretária de mulheres do partido em São Paulo falou da sua trajetória, das ações à frente da secretaria estadual de mulheres e ainda destacou os principais avanços do governo federal na gestão de Lula e Dilma sobre a política de mulheres, além do debate entorno da reforma política.

Martinha enfatizou a conquista da cota de 30% nas chapas proporcional das candidaturas para mulheres e ressaltou a conquista da paridade para mulheres nas direções internas do partido.

Segundo ela, essa é uma conquista das mulheres petistas. “Não se discute isso nos outros partidos”, diz.

Ela lembra que, logo após o PT implantar a cota de 30% para mulheres, a CUT também adotou. “Numericamente, mulheres e homens compartilham das direções do PT”, frisa.

Na avaliação da secretária, o PT tem sido muito importante para aprimorar a democracia.

“A democracia não é só uma tese, ela é uma ideia, é um conceito, mas a democracia é essencialmente experiência, não existe democracia em tese. Existe democracia que é vivida, existe democracia que é vivenciada com os seus conflitos e as suas contradições e que é aperfeiçoada. Acho que a gente conseguiu fazer isso dentro do PT, acho que a gente está no bom rumo, em bom caminho”, explica.

A secretária também frisou a luta por cota de mulheres em eleições proporcionais.”Nós estamos reivindicando no PT, não só as mulheres, mas o partido, são 50% das vagas [Nas eleições para os cargos proporcionais]”, diz.

Segundo ela, já existem países em que o eleitor vota em duas pessoas para eleição para os cargos proporcionais, um homem e uma mulher. Ela avalia que essa medida vai organizar a sociedade e refletirá na participação real das mulheres e dos homens na sociedade. “Isso, sim, será uma reforma política do ponto de vista da participação da mulher”, avalia.

Martinha comentou os avanços na formulação de políticas públicas voltadas para as mulheres e o emponderamento político feminino.

“Nós tivemos vários avanços no Brasil para as mulheres. Nós temos um pacto nacional no enfrentamento à violência contra a mulher (…), aprovação da lei Maria da Penha, a Criação da Casa da Mulher Brasileira”, diz.

De acordo com Martinha, essa nova cultura garante instrumentos e capacita as mulheres para participar ainda mais. “É muito importante ter organismos para a mulheres nos municípios (…) por que nós temos que ter políticas, organismos e serviços estruturados”, explica.

Sobre a sua gestão à frente da pasta de mulheres do PT-SP, Martinha pontua que a constituição de Secretaria de Mulheres nas macros foi um avanço.

“Uma coisa que estamos dedicando é descentralizar as ações da secretaria e potencializar a participação das mulheres no interior, na baixada e em outros lugares”.

De acordo com ela, a descentralização das atividades ajudam empoderar as mulheres nas mais remotas regiões do estado.

“Tivemos o encontro estadual de mulheres, que foi em Caraguatatuba. Está no estatuto, todo ano tem que ter um encontro estadual de mulheres. Nesse ano decidimos descentralizar, fizemos o encontro com quase duzentas mulheres participando. Foi um encontro memorável. Tivemos a presença da ministra Eleonora Menicucci (…) Outra coisa, nós retomamos o programa da Secretaria que vai ao ar na Web Rádio Linha Direta e estamos trazendo convidadas com pautas atuais (…) A questão da formação política e feminista da mulheres e teremos um encontro na macro de Assis, Marília e Ourinhos”, pontuou.

Do PT-SP, para a Agência PT de Notícias