Sem robôs, página de Aécio tem queda na interação com o público
Desde as eleições presidenciais, o tucano utiliza perfis falsos para aumentar a visibilidade no Facebook e Twitter
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Após o nome do senador Aécio Neves (PSDB) ter sido citado na operação Lava Jato como um dos que receberam propina da empresa estatal Furnas, seu perfil no Facebook teve uma grande queda na interação com o público. Isso deixa evidente o uso anterior de perfis falsos, conhecidos como robôs, para conseguir visibilidade no Facebook e no Twitter, e aumentar o engajamento da página.
O ranking de páginas de políticas no Brasil, feito pelo site americano Fanpage Karma, mostra que nesta quarta-feira (16) a página do senador ocupava a 66ª posição em engajamento e 0% de crescimento em curtidas, diferentemente das páginas da ex-senadora Marina Silva (PSB) e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que continuam com algum crescimento proporcional, de 0,06% e 0,1%, respectivamente.
No dia 25 de agosto, durante o depoimento do doleiro Alberto Youssef na CPI da Petrobras, o deputado Jorge Sola (PT-BA) questionou se Aécio teria recebido dinheiro de propina relativa a contratos da estatal Furnas. Ele confirmou sim, “por conta do que eu escutava do deputado José Janene”, ex-presidente do PSDB, morto em 2010.
Segundo o doleiro, o senador teria recebido US$ 100 a US$ 120 mil mensais e o ex-diretor Paulo Roberto Costa denunciou que ex-presidente do PSDB, e falecido, Sérgio Guerra recebeu R$10 milhões para abafar a CPI da Petrobras.
Robôs – Utilizar robôs é uma prática comum da comunicação de Aécio. Durante a campanha de eleição presidencial de 2014, o jornal “Folha de S. Paulo” publicou uma reportagem no qual afirmava que o então candidato a presidência da República fez uso de robôs durante o debate do dia 28 de setembro do ano passado, na “TV Record”.
A partir do rastreamento com a hashtag oficial do debate (#debatenarecord) e com a do candidato #SouAecioVoto45, percebeu-se que em um período de 15 minutos as menções a Aécio no Facebook triplicaram, o que é um forte indício de robô. Segundo informações da “Folha”, os perfis falsos estavam ligados à conta do publicitário Eduardo Trevisan, dono de uma empresa de monitoramento de redes sociais que trabalhou na campanha de Aécio.
No dia 9 de outubro do ano passado, a campanha da presidenta Dilma Rousseff entrou com uma representação no Ministério Público Eleitoral (MPE) contra a coligação do candidato Aécio Neves (PSDB) pelo uso de mecanismos de manipulação pagos de nas redes sociais.
A legislação eleitoral proíbe qualquer tipo de propaganda eleitoral paga na internet no período de campanha. A prática é também considerada enganosa, pois é capaz de influenciar a imagem de determinada campanha, já que suas mensagens eleitorais ficam em destaque nas redes sociais.
Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias