Especialistas elogiam metas climáticas do Brasil
Objetivos são encorajadores e representam uma sinalização positiva para um acordo na COP-21, em Paris; além disso, reduzir emissão de gases contribui para crescimento do PIB
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As metas brasileiras sobre o clima, anunciadas no domingo (27) pela presidenta Dilma Rousseff na sede da ONU, em Nova York, foram avaliadas como encorajadoras e positivas por organizações de defesa do meio ambiente.
A diretora do World Resources Institute no Brasil (WRI-Brasil), Rachel Biderman, afirmou, por meio de nota, que “é encorajador ver o Brasil focar no crescimento da economia de baixo carbono atrás de investimento continuado em energias renováveis”.
Biderman ressaltou que o Brasil é o primeiro grande país em desenvolvimento a se comprometer com uma meta de redução absoluta de emissões. “Esta é uma mudança importante, porque oferece uma maior certeza de que as emissões podem cair, mesmo com a expansão da economia”.
Durante o anúncio, a presidenta Dilma deixou clara a necessidade de aliar as medidas de preservação ambiental ao crescimento econômico brasileiro. Dilma esclareceu que as metas baseiam-se na previsão orçamentária do governo e que, se houver mais recursos, podem ser adiantadas ou ampliadas.
O Observatório do Clima, que reúne quase 40 entidades relacionadas à preservação ambiental, afirmou que o anúncio brasileiro é uma “sinalização positiva para o acordo de Paris”, em dezembro, na COP-21.
“A escala de ambição é mais alta do que a maioria das INDCs (Contribuições Pretendidas Nacionalmente Determinadas) apresentadas até aqui, em linha com as propostas da União Europeia e países africanos”, apontou.
O observatório também considerou positiva a divulgação da meta para 2025 com revisão em 2030, “de modo a permitir mais facilmente o aumento de ambição de todos os países ao longo do tempo de vigência do acordo”.
Economia – Além dos benefícios ambientais e de sustentabilidade, a redução das emissões de gases do efeito estufa vão impulsionar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). A conclusão é de um estudo apresentado pelo Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC) apresentado à ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, na semana passada.
Segundo a pesquisa, intitulada Implicações Econômicas e Sociais: Cenários de Mitigação de Gases de Efeito Estufa (IES-Brasil), a economia brasileira poderá gerar até R$ 609 bilhões a mais do que o projetado entre 2015 e 2030, com a redução das emissões.
Entre as ações sugeridas, estão investimentos na agricultura de baixo carbono e aumento do uso de biocombustíveis. Ambas fazem parte das metas anunciadas no domingo.
Por Cristina Sena, da Agência PT de Notícias, com informações da “Agência Brasil”