Povo vai às ruas neste sábado contra impeachment e pela Petrobras
Haverá manifestação em 30 cidades de 18 estados a partir desta sexta-feira (2) de acordo com os organizadores; em São Paulo, as atividades terão início às 14h, na avenida paulista
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A Frente Brasil Popular realiza neste sábado (3) seu primeiro ato público, com a participação de centrais sindicais, sindicatos, movimentos culturais e sociais. O ‘Dia nacional de luta em defesa da democracia, da Petrobras e contra o ajuste fiscal’ mobilizará militantes em 30 cidades de 20 estados e do Distrito Federal.
Em São Paulo (SP), a concentração terá início às 14h, na Avenida Paulista (nº 901), em frente ao prédio da Petrobras, que completa 62 anos de fundação neste sábado (3) – razão da escolha da data para o Dia de Luta.
Os manifestantes seguirão em caminhada até o Largo São Francisco, com encerramento na Praça da Sé. Também estão agendadas manifestações no interior de São Paulo.
Os organizadores declararam, em entrevista coletiva na quinta-feira (1º), no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, que o fim da atual crise brasileira, o arroubo anti-democrático em favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff e contra a Petrobras, “passa por abandonar o afago aos setores conservadores e acena para uma conciliação com os movimentos sindical e sociais”.
Estão confirmados até o momento atos nos estados da Bahia, Minas Gerais, Ceará, Rondônia, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Pará, Piauí, Distrito Federal, Mato Grosso, São Paulo e Santa Catarina.
Nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Goiás e Sergipe, as manifestações convocadas por 60 organizações dos movimentos sociais ocorrem nesta sexta-feira (2).
O presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, afirmou que o movimento não representa “defesa cega” do governo, mas sim um chamado ao cumprimento do programa de governo da presidenta Dilma apresentado durante a campanha eleitoral.
“O que faremos é a disputa para que projetos que signifiquem distribuição de renda e ampliação dos programas sociais sejam aprofundados”, defendeu Izzo, que marcou para 29 de outubro outra manifestação – do setor de educação, contra a reforma no ensino público promovido pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP).
Também informou que as celebrações pelos 62 anos da Petrobras começam nesta sexta-feira (2), com mobilização em frente à sede da estatal, na avenida Paulista. Será encenada a peça teatral “Somos todos petroleiros”.
“Pouca gente duvida que há interesse internacional do petróleo do Iraque, no Oriente Médio, mas muita gente duvida que exista esse mesmo interesse no Brasil. Como o Pré-sal, passaremos de 12º para 5º no ranking de produtores de petróleo; tem muita coisa em disputa”, disse a secretária de Juventude da CUT-SP, Cibele Vieira.
O coordenador dos Movimentos Populares de São Paulo afirmou que, “para barrar o impeachment e enfrentar a crise, é preciso recompor a base social responsável pela vitória em 2014. Ou o governo vai continuar sendo chantageado com o impeachment e com uma plataforma que não foi a da eleição passada”, destacou.
“Não flertamos com o impeachment, somos a favor da democracia, contra o golpe, mas isso não significa apoio ao ajuste fiscal. Nós pedimos voto, apoiamos a presidenta, mas o programa e o discurso (durante as eleições) eram outros”, completou.
A presidente da União Nacional dos Estudantes, Carina Vitral, ressaltou que o governo “tem a obrigação de manter o compromisso com a distribuição de renda para aprofundar as conquistas que ele mesmo implementou nos últimos 12 anos.
“Para nós, a ideia de pátria educadora seria o Plano Nacional de Educação (PNE) implementado, 10% do PIB para a educação em prática até 2024, duplicar as vagas no ensino superior. Por isso, a superação da crise política é fundamental para discutir o país, porque hoje o debate público está interditado por um impeachment sem pé nem cabeça”, ressaltou.
João Paulo Rodrigues, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), defendeu a manifestação, ao destacar que “a ação do governo será em conformidade com a pressão das ruas”.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias