Mercado sai do pessimismo e dólar volta ao patamar de 40 dias atrás

Divisor de águas da corrida especulativa de valorização da moeda norte-americana, anúncio da reforma administrativa desmotivou procura pela moeda americana

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Há duas semanas, quando chegou a valer R$ 4,25 no meio da tarde de 25 de setembro, num frenético movimento de alta que resistiu por semanas, não se podia imaginar que seria tão rápido, mas o tombo da moeda americana veio nas mesmas condições e tamanho.

Nesta tarde de sexta-feira (9), o dólar vale R$ 0,50, ou quase 14% a menos que no início do mês passado e recua a patamares de 40 dias atrás.

Foi no dia 2 de setembro que a cotação do dólar esteve pela última vez em R$ 3,75. Hoje esteve em R$ 3,74.

Uma semana depois, no dia 9, o rebaixamento do rating (classificação de risco) do Brasil pela Standard & Poors deu combustível aos movimentos especulativos do mercado e lançou o dólar à deriva. Ao sabor da especulação, o movimento de alta se manteve.

Mas o foguete da especulação perdeu força a partir do anúncio da reforma administrativa pela presidenta Dilma Rousseff, na última sexta-feira (2). O enxugamento da máquina, com menos oito ministérios e 3 mil cargos, corte dos salários do primeiro escalão, provocou reação imediata dos investidores financeiros.

Desmotivado, o mercado entrou em fase de retração na procura pela moeda. O antídoto da redução das despesas federais embutido nas medidas de ajuste da presidenta anunciadas na última semana provocou a primeira queda emblemática do dólar, para menos de R$ 4.

“É com medidas assim que o país volta aos trilhos”, aplaudiram os analistas do mercado, ao mesmo tempo que dirigiam a nave do investimento em títulos e ações para direção oposta à desvalorização da moeda. Naquele dia, o dólar fechou em R$ 3,99.

Paralelamente, de lá para cá, o índice Bovespa manteve-se em alta durantes nove pregões ininterruptos, valorizando cerca de 11% – mesmo com a desaceleração desta sexta-feira (9).

Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias

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