Querem minar a credibilidade de Lula para depois prendê-lo, afirma Gilberto Carvalho
Para o ex-ministro, desmoralizar o PT e o ex-presidente Lula é o único alvo das investigações. Ele questiona o porquê da Operação Lava Jato não ter levado em questão o financiamento das campanhas de outros políticos, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG)
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Desmoralizar o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o único alvo das investigações, afirmou o ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho em entrevista publicada no jornal “Folha de S. Paulo” neste sábado (31).
“O alvo é só um, é o PT, é o presidente Lula. Eles querem desmoralizar o presidente Lula para depois realizarem a prisão dele e o tirarem fora de 2018, é disso que se trata”, destacou.
Para Carvalho, a tática está definida. “É a tentativa de ir aos poucos minando o partido, a credibilidade do presidente Lula, para depois levá-lo a um processo de condenação e prisão”.
“Nitidamente transparece uma intenção muito clara neste momento de dar prioridade a todos os temas que dizem respeito à desmoralização do PT e do presidente Lula. Sempre digo que meu partido errou e tem que reconhecer e pagar por isso. O que me espanta e me dói é ver gente como o ministro do Supremo Gilmar Mendes e próceres do PSDB que denunciam a corrupção, mas defendem com unhas e dentes o principal instrumento indutor da corrupção que é o financiamento empresarial de campanha”, complementou.
O ex-ministro questionou o porquê da Operação Lava Jato não ter levado em questão o financiamento das campanhas de outros políticos. “Onde estão as informações do financiamento da campanha do senhor Aécio Neves, que recebeu mais dinheiro dessas empresas da Lava Jato do que Dilma Rousseff? Por que isso não vem a público?”.
Na entrevista, Gilberto Carvalho afirmou se orgulhar de ter feito parte de um governo que conseguiu estabelecer uma autonomia dos procedimentos da Polícia Federal.
“Tenho orgulho de termos contribuído para o aumento da transparência, mesmo que o nosso partido seja, hoje, por erros que nós cometemos, vítima desse processo”, destacou.
“O que não pode, em defesa da democracia, é o atropelamento dos direitos individuais, e é isso que está em jogo”, ressaltou.
O ex-ministro acrescentou que não condena as investigações, mas a irresponsabilidade das pessoas que pediram a quebra dos sigilos de seus filhos.
“Critico o cidadão da Receita Federal que recomenda a quebra de sigilos bancário e fiscal dos meus familiares sem que contra mim haja nenhum indício real, efetivo, de que eu tenha sido beneficiário de qualquer propina ou ação dessas pessoas que estão presas. Não condeno a investigação, condeno a irresponsabilidade dessas pessoas”, ressalvou.
Carvalho garantiu que nunca participou de nenhum conluio e espera que “o mesmo tratamento dado a mim se dê àqueles que são os verdadeiros alvos da Operação Zelotes, grandes empresas brasileiras, redes de comunicação no Brasil. Só espero que a Zelotes não sirva apenas para construir esse circo político”.
Segundo ele, é muito importante que as autoridades ajam com responsabilidade “para o bem desse novo processo que nós estamos fazendo no Brasil de passar o País a limpo”.
O ex-ministro afirmou, ainda, que “não se pode transformar juízes em personagens de destaque midiático porque isso efetivamente corrompe o processo”.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da “Folha de S. Paulo”