Instituto FHC recebeu R$ 975 mil da Odebrecht, diz laudo da PF

Investigação da corporação no âmbito da Operação Lava Jato revela pagamentos ao Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC) pela Odebrecht, investigada no esquema de corrupção na Petrobrás

Tânia Rêgo/Agência Brasil

Privatização com FHC gerou escândalos e não abateu a dívida pública. Pelo contrário: o buraco dobrou com os governos tucanos, apesar da venda de empresas estatais

Laudo da Polícia Federal (PF), feito no âmbito da Operação Lava Jato, revela que a Construtora Norberto Odebrecht pagou R$ 975 mil ao Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC),entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012. A empresa é investigada no esquema de corrupção na Petrobrás. Foram 11 pagamentos mensais de R$ 75 mil e um no valor de R$ 150 mil. 

De acordo com o documento, foram analisados e-mails trocados entre a secretaria da presidência do iFHC, um representante de uma entidade identificada como “APLA” e um executivo da área cultural.A lém disso, a PF cita a Braskem, uma petroquímica ligada à Odebrecht, como responsável por um suposto pagamento ao instituto .

O assunto tratado é  aparentemente sobre uma  palestra do ex-presidente. Por e-mail, a  funcionária explica como deve ser feito o contrato e indica a forma de “doação direta”. A íntegra das mensagens foram anexadas pelos peritos no laudo. 

“Na referida mensagem, destaca-se o trecho em que a secretária da Presidência elenca entre as maneiras da Braskem fazer a doação: “A elaboração de um contrato, porém não podemos citar que a prestação de serviço será uma palestra do presidente” ou por meio de “Uma doação direta….”. Dessa forma, é possível que outros pagamentos tenham sido feitos e não tenham sido encontrados em função da limitação do presente”, informa o laudo divulgado em reportagem publicada pelo “Estadão”, neste sábado (6).

O laudo da PF faz diversas considerações a respeito da ausência de transparência nos lançamentos dos contratos fechados pelo iFHC. O parecer aponta “falta de acesso a documentos de suporte aos lançamentos realizados, ausência de livros de registros auxiliares utilizados para consolidação das relações de pagamentos, descrição imprecisa de históricos de lançamentos, ausência de plano de contas detalhado”. Além disso, a PF informa que houve restrição do período disponível a exame no Sped (escrituração) contábil (2008 a 2014).

A entidade informou que os repasses foram doados para um fundo de manutenção do instituto e estão registrados nos livros contábeis.

Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias

PT Cast