É preciso ter ‘paciência’ e aceitar três anos sem golpe, diz Lewandowski

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) disse também que o Parlamento brasileiro é “amador” na função de investigar e se desvia de sua prerrogativa de legislar

Brasília- DF 19-08-2015 (Foto: Lula Marques/Agência PT)

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, defendeu nesta sexta-feira (13) que o País encare com maturidade o resultado das eleições passadas. Para o ministro, é preciso ter “paciência” e “aguentar” mais três anos do mandato da presidenta Dilma Rousseff sem qualquer tipo de “golpe institucional”.

Mesmo sem citar o nome de Dilma, Lewandowski fez uma defesa enérgica do mandato da presidente, que só termina em 2018.

“Com toda a franqueza, devemos esperar mais um ano para as eleições municipais. Ganhe quem ganhe as eleições de 2016, nós teremos uma nova distribuição de poder. Temos de ter a paciência de aguentar mais três anos sem nenhum golpe institucional”, afirmou, durante palestra em uma faculdade de Direito em São Paulo (SP).

Para Ricardo Lewandowski, a crise atual tem mais fundo político do que econômico. “Estes três anos (após o ‘golpe institucional’) poderiam cobrar o preço de uma volta ao passado tenebroso de trinta anos. Devemos ir devagar com o andor, no sentido que as instituições estão reagindo bem e não se deixando contaminar por esta cortina de fumaça que está sendo lançada nos olhos de muitos brasileiros”, alertou.

Sobre a atuação do Congresso Nacional, o ministro disse que o Parlamento brasileiro é “amador” na função de investigar e se desvia de sua prerrogativa de legislar.

“O Congresso Nacional deixou de lado a sua função legislativa e passou a exercer uma função investigativa. Inúmeras CPIs correndo, substituindo-se ao MP e à PF ao próprio Judiciário, fazendo aquilo que ele (Congresso) não sabe fazer e deixando de fazer aquilo que ele sabe, que é legislar”, declarou.

“Investigar é para profissional, não é para amador, com todo respeito aos nossos parlamentares. É por isso que as CPIs dão no que dão”, completou.

O ministro voltou a destacar a importância da decisão do Supremo que barrou as doações de empresas em capanhas eleitorais. “O STF proibiu em boa hora o financiamento de campanhas por empresas privadas. Nós entendemos que haveria um desequilíbrio de armas. Um votinho só não tem como enfrentar uma empresa que doa 100 milhões”, comparou.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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