À frente da Sudene, João Paulo quer fortalecer diálogo com estados e sociedade

Uma gestão participativa, que dialogue com governadores e sociedade. Essa é a intenção no novo superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), João Paulo Lima (PT). O ex-deputado federal e primeiro prefeito reeleito no Recife recebeu o cargo na terça-feira (28).

A Sudene foi recriada em 2007, pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e retomou seu papel estratégico para o desenvolvimento do Nordeste.

“O Brasil cresceu nos governos Lula e Dilma em torno de 41% e o Nordeste cresceu, em média, 46%”, lembra o superintendente.

De acordo com João Paulo, as gestões petistas priorizaram o combate à miséria, a inclusão social e melhorias na infraestrutura dos estados, levando a região a um salto de desenvolvimento.

Para o superintendente, a extinção da autarquia fazia parte de uma estratégia desintegradora. “O governo FHC afundou a Sudene, que funcionava como instrumento fundamental para o desenvolvimento da região”, critica.

Criada em 1959 sob o comando de Celso Furtado, um dos mais importantes economistas brasileiros, a Superintendência foi extinta em 2001, por medida provisória editada por Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

João Paulo afirma que terá como papel fundamental implementar um planejamento participativo, em parceria com os governos do Nordeste e dos municípios do Norte de Minas Gerais e Espírito Santo que fazem parte da área contemplada pela Sudene. Ao todo, são 1.889 municípios.

“As perspectivas são as melhores possíveis e nós vamos realizar a curto prazo já uma reunião preparatória para a retomada do Conselho Deliberativo, que não se reúne desde 2013. Estou aguardando a agenda da presidenta da República para marcar a primeira reunião do Conselho”, detalha.

Entre as prioridades da gestão estarão a educação, a qualificação, a ciência e a tecnologia, o desenvolvimento produtivo e a sustentabilidade. Os temas vão integrar o Plano Nacional de Desenvolvimento Regional.

Experiência – Durante seu primeiro mandato como prefeito, João Paulo criou Orçamento Participativo do Recife (OP). Nos oito anos de gestão (2000-2008), as plenárias do OP reuniram 554 mil pessoas. Com base na vontade popular, o governo municipal realizou 3,7 mil obras, no valor total de R$ 319 milhões.

O apoio à escolha de João Paulo para o comando da Sudene se expressou na participação de cerca de 500 pessoas em sua posse. Entre eles estavam o ministro da Integração, Gilberto Occhi, os governadores de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB) e do Ceará, Camilo Santana (PT).

A vice-governadora do Piauí, Margarete Coelho (PP), substituiu o governador Wellington Dias (PT), que estava em viagem oficial nos Estados Unidos. O vice do governo da Bahia, João Leão (PP), também participou do evento, além da senadora Fátima Bezerra (PT-RN).

Por Cristina Sena, da Agência PT de Notícias