Acabar com o Mercosul é dar um tiro no pé, afirma Dilma
Presidenta reafirmou importância da relação com países da América Latina para onde o País exporta manufaturados
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A presidenta Dilma Rousseff defendeu, em entrevista coletiva concedida nesta segunda (8), as relações do Brasil com o Mercosul e a América Latina. Em resposta às críticas de que a política externa brasileira é feita com base em ideologia, Dilma afirmou que diminuir o papel da América Latina é uma temeridade e que acabar com o Mercosul seria dar um “tiro no pé”.
“Somos a maior economia da América Latina, temos US$ 5 trilhões de PIB. Somos importantes na região, temos de ter responsabilidade e perceber o tamanho desse mercado”, afirmou.
A presidenta destacou que 80% das exportações brasileiras para a América Latina são de manufaturas, ou seja, produtos com valor agregado alto, e que a Argentina é um dos maiores mercados consumidores do Brasil.
“Ninguém pode minimizar a importância da América Latina para o Brasil, porque o Brasil é o maior país da região. Nenhum país com o tamanho do Brasil, numa região como essa, pode se dar ao luxo de voltar as costas para quem quer que seja.”
Sobre suas propostas para a política externa do País, Dilma afirmou que a principal característica será nunca mais voltar à situação em que o Brasil só olhava para os Estados Unidos e a Europa.
“Isso não dá certo, não cresce a produção, nem cresce também o comércio. Ampliamos o nosso comércio para onde não tinha: América Latina, África e Ásia.”
Campanha – Dilma negou incisivamente que a mudança na coordenação da sua campanha, com a entrada do ex-ministro do Desenvolvimento Agrário Miguel Rossetto, tenha sido motivada pelas acusações feitas ao secretário nacional de finanças do PT, João Vaccari Neto, pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
“Isso é uma mentira, uma inverdade. O Rossetto está na coordenação da campanha porque foi decidido na semana passada, antes desse evento. Isso não é verdade”, afirmou.
Dilma ressaltou a experiência, a qualificação e a trajetória política do ex-ministro, com quem trabalhou no governo Olívio Dutra, ele como vice-governador do Rio Grande do Sul e ela como secretária estadual.
Por Paula Zagotta, da Agência PT de Notícias