Acordo retira toneladas de sódio de produtos industrializados

Pão de forma, bisnaguinhas e macarrão instantâneo foram feitos sem um total de 1.295 toneladas de sódio, de modo a diminuir as mortes por AVC

As indústrias alimentícias reduziram, em um ano, 1.295 toneladas de sódio em três tipos de alimentos: pão de forma, bisnaguinhas e macarrão instantâneo. A previsão é que a retirada deste item alcance mais de 1,8 mil toneladas até o fim deste ano.

As medidas são fruto do acordo de cooperação entre o Ministério da Saúde e a Associação das Indústrias da Alimentação (Abia) para monitoramento do uso de sódio em alimentos industrializados.

“Esta redução de sódio na alimentação do brasileiro se materializa na redução, ao longo prazo, no número de óbitos por Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como infarto e AVC”, destacou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

A previsão é de que, até 2020, mais de 28 mil toneladas de sódio estejam fora das prateleiras, como resultado dos quatro Termos de Compromisso firmados entre Ministério da Saúde e Abia. O total da parceria reúne 16 categorias de alimentos que representam mais de 90% do sódio em produtos industrializados. “É importante ressaltar ainda que não estamos banindo o consumo do sal, e sim, evitando o excesso, que é prejudicial à saúde”, diz Chioro.

Muito sal – Um estudo feito pelo Ministério da Saúde mostra que o brasileiro tem uma percepção equivocada sobre a quantidade correta de sal a ser consumida diariamente, pois acredita que utiliza menos sal do que realmente chega às mesas.

Segundo a pesquisa Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), 48,6% dos brasileiros avaliaram como médio seu nível de consumo diário de sódio. No entanto, estima-se consumo médio de quase 12g por pessoa por dia, o que é mais do que o dobro do que a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), de no máximo de 5 gramas ao dia.

O consumo exagerado do sal está relacionado ao aumento no risco das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, responsáveis por 63% das mortes no mundo e 72% no Brasil. Um terço destas mortes ocorre em pessoas com idade inferior a 60 anos.

Se o consumo de sódio for reduzido à quantidade recomendada pela OMS, o número de mortes por acidentes vasculares cerebrais podem diminuir em 15%, e as mortes por infarto, em 10%.

Entretanto, o Brasil superou a meta estabelecida para a redução da mortalidade prematura por doenças crônicas, que era de 2% ao ano. No entanto, entre 2010 e 2011, o índice de queda da mortalidade prematura (30 a 70 anos) por DCNT foi de 3,8%. A expectativa é chegar a 25% em 2022.

 

Da Redação da Agência PT de Notícias com informações do Portal Brasil

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