Ajuste fiscal é necessário, defende Lula
Durante plenária da CUT, em SP, ex-presidente saiu em defesa da presidenta Dilma, da Petrobras e da democracia
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta terça-feira (31), os ajustes fiscais implementados pelo governo da presidenta Dilma Rousseff. Lula lembrou que, em 2003, o governo federal, sob sua gestão, implementou um ajuste fiscal ainda mais ‘forte’.
“Hoje estamos em uma conjuntura desfavorável, que não dependeu da Dilma. Eu não tenho dúvidas de que quando as coisas melhorarem, Dilma começará a reajustar as coisas de forma favorável ao povo brasileiro”, declarou.
A declaração foi feita durante plenária realizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil (CTB) e outros movimentos populares do campo e da cidade, na Quadra dos Bancários, em São Paulo. O presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, também participou do evento.
O ex-presidente também relembrou o diálogo mantido pelos governos do PT com os movimentos sociais. “Com a Dilma vocês podem negociar. Se fosse tucano, nem em Brasília vocês chegavam”, disse.
“A Dilma é resultado nosso e é a pessoa que tem compromisso conosco. Querem tirar o povo do governo. E nós temos que ir para as ruas muitas vezes. Não temos que ficar com raiva daqueles que vão contra nós”, afirmou.
Lula criticou a tentativa da oposição de reverter o resultado da eleição presidencial de 2014 e contestar a reeleição de Dilma. “Para que para eles essa eleição não termina nunca. (…) Nós aprendemos a respeitar o jogo democrático”, exaltou o ex-presidente.
Além disso, ele disse que hoje existe no País uma tentativa de fomentar uma luta de classes, de “cima para baixo”.
“Não há compreensão para entender a agressividade contra as conquistas do povo brasileiro. Não há adjetivos que eles não tenham utilizado para tentar descaracterizar e ofender Dilma”, disse Lula.
Durante o discurso, o ex-presidente apresentou notícias publicadas entre 2006 e 2007, quando parte da mídia dizia que o governo estava contra a classe trabalhadora, baixa popularidade e alta do dólar, entre outras.
“As manchetes de hoje contra Dilma são mais virulentas, mais violentas e muito mais duras do que as contra mim”, criticou Lula.
Lula também pediu que os militantes do PT não abaixem a cabeça e não aceitem provocações. Ele lembrou casos em que pessoas foram agredidas verbalmente por vestirem camisas vermelhas.
“Não preciso colocar uma blusa verde e amarela para dizer que sou brasileiro. Meu sangue é vermelho, mas é brasileiro”, exaltou.
Corrupção – O ex-presidente disse que o partido e o governo não fizeram um debate “correto” sobre a questão da corrupção no País. No entanto, ele exaltou as ações implementadas por governos do PT para o combate à corrupção.
“Sempre achamos que sempre achamos que a corrupção não era uma coisa para nós debatermos. Em SP, ela é crônica historicamente. Levou Getúlio Vargas à morte, tentaram meu impeachment em 2005, mas não tiveram coragem porque ficaram com medo do povo brasileiro reagir”, lembrou Lula.
Sobre as denúncias de corrupção na Petrobras, o ex-presidente saiu em defesa da estatal e disse que todos os culpados deverão ser punidos.
“Essa empresa é de alta governança e se teve corrupção não foi na totalidade, mas de uma ou outra pessoa que deverá pagar o preço por ter enganado o povo brasileiro e a Petrobras”, declarou.
Além disso, Lula criticou os vazamentos dos depoimentos feitos durante a Operação Lava Jato e a criminalização e condenações prévias daqueles citados em delações premiadas.
“Eles estão transformando a denúncia de corrupção a ponto que um bandido condenado a não sei quantos anos vira um herói. Não precisa mais de juiz, a imprensa já condenou”, disse.
Plenária – O objetivo da plenária da CUT foi discutir estratégias e preparar para duas grandes mobilizações que acontecerão, em todo Brasil, nos dias 7 de abril e 1º de maio, Dia do Trabalhador.
O evento também aconteceu em em defesa dos direitos da classe trabalhadora, por mais democracia, pelo combate à corrupção e em defesa da Petrobras.
Também participaram da plenária o presidente estadual do PT, Emidio de Souza; a cantora e deputada estadual Leci Brandão (PC do B); o ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli; o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas; a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Vic Barros; a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), Maria Izabel Azevedo Noronha, entre outros.
Por Mariana Zoccoli, da Agência PT de Notícias