Alberto Cantalice: O cretinismo e o ideário conservador
“O cretinismo dos privilegiados tenta fazer crer que os males do país se resolverão ao se apear, pela via das manobras inconfessáveis, uma presidenta legitimamente eleita”, afirma, em artigo, o vice-presidente nacional do PT
Publicado em
A história da construção do ideal de nação no Brasil foi pontificada pelos desejos e desígnios dos “eleitos”. País de privilégios arraigados desde a instituição das chamadas Capitanias Hereditárias, o Brasil foi o último país do ocidente a abolir a escravidão.
A separação entre a Casa Grande e a Senzala perdura. Não à toa somos ainda detentores do nada honroso título de uma das nações com uma das maiores concentrações de rendas e riquezas do mundo.
Nunca os setores populares foram parte destacada na historiografia brasileira, sendo relegados ao periférico e ao desimportante. A lógica dos “grandes centros”, produtores de cultura e entretenimento e detentores das renúncias fiscais via Lei de incentivo à Cultura, perpetuam a exclusão das periferias da produção artística.
Em um país de dimensão territorial continental como o nosso e com uma população de mais de 200 milhões de habitantes, não dá mais para que cada ente da Federação responda por políticas públicas específicas.
Sem uma política clara e integrada entre os entes federativos, em especial as prefeituras, os governos estaduais e o governo federal, que combata a todas as formas de exclusão, não se conseguirá avançar na superação dos graves problemas de mobilidade urbana, segurança e saúde.
A ausência da sensação de segurança aliada à péssima percepção da maioria da população dos serviços públicos, criam o caldo de cultura que permite o reaparecimento na cena do conservadorismo e do reacionarismo, inclusive em franjas da áreas populares.
Base orgânica do velho udenismo e do lacerdismo, os setores elitistas e excludentes da sociedade brasileira, mais uma vez tentam dar o tom do processo político.
O cretinismo dos privilegiados tenta fazer crer que os males do País se resolverão ao se apear, pela via das manobras inconfessáveis, uma presidenta legitimamente eleita.
Por isso e para fazer frente a esse estado de coisas é que o reagrupamento das forças democráticas e de esquerda em defesa das pautas progressistas é urgente e necessária.
Hoje, o combate ao machismo e ao preconceito de qualquer natureza; a luta pela criminalização da homofobia e contra a precarização das relações de trabalho são alguns dos pilares que as forças democráticas devem se debruçar.
A pauta conservadora e sua força devastadora quer fazer a roda da história voltar para trás.
Cabe a nós, resistirmos!
Alberto Cantalice é vice-presidente nacional do PT e coordenador de mídias sociais do partido