Alckmin quer “calar a boca de funcionário público”, diz sindicato
Professores da rede estadual de ensino de São Paulo estão em greve há 75 dias
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A greve dos professores da rede estadual de ensino de São Paulo completa 75 dias nesta nesta terça-feira (26). Até o momento, o governo do estado não apresentou nenhuma proposta para o reajuste salarial de 75% reivindicado pelos docentes.
Para a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Noronha, a situação é reflexo do autoritarismo da gestão tucana. “Ele (Alckmin) quer fazer uma disputa política com a gente e quer acabar com o sindicato. Não vai conseguir. O Maluf tentou acabar com a gente e não conseguiu”, contou ao “Portal Fórum”.
Segundo ela, quando Paulo Maluf era governador de São Paulo, em 1979, cortou o repasse das mensalidades à Apeoesp, na tentativa de enfraquecer a entidade.
De acordo com a professora Bebel, como é conhecida a presidenta da Apeoesp, o governo PSDB é negligente com a educação no estado porque ignora a paralisação e alega que greve é política. Segundo ela, ele diz ser “briga entre PT e PSTU”.
O governo Alckmim ameaça cortar salários e aplicar multas. O autoritarismo da gestão tucana resultou em multa no valor de R$ 300 mil para a Apeoesp. No último dia 19, a justiça aplicou multa ao sindicato alegando desrespeito a uma liminar que proibia bloqueios parciais ou totais de rodovias paulistas durante protestos da categoria. A Apeoesp recorreu.
Sem dialogo, Bebel critica a postura do governador tucano. “É necessário lutar pela livre negociação. O governador precisa parar com esse negócio de calar a boca de funcionário público. Ele tem poder de descontar salários! Greve que é resolvida assim não é resolvida, é empurrada”, desabafou.
Na avaliação da professora, falta interesse político da gestão tucana para atender a reivindicação dos professores de São Paulo, que reclamam o fim das salas de aula superlotadas e do assédio moral, fim dos descontos das licenças médicas, pagamento dos dias parados e reposição das aulas.
Para Bebel, o discurso de Alckmin sobre “crise econômica” é incoerente. “O (Fernando) Pimentel (PT) estava com R$ 7 bilhões de rombo em Minas Gerais e deu para os professores 32% de reajuste. O governador fica falando em crise econômica, mas e quando o momento estava bom? Por que ele não repassou para o nosso salário? Teve um momento em que o país cresceu 7,5% e não tivemos nenhum avanço”, argumentou.
Na próxima sexta-feira (29) o sindicato fará mais uma assembleia no vão livre do Masp para decidir o futuro da paralisação.
Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias