Alexandre Padilha: A quem interessa diminuir Lula e o PT?

Em artigo publicado na Revista Fórum, o vice-presidente do PT afirma que “Lula e o PT precisam significar uma luz para um novo sistema político”

Roberto Stuckert Filho/PR

Lula em ato da Frente Brasil Popular no Recife

Nada mais intenso para remoer o meio político brasileiro do que Lula na rua. Mesmo com todo esforço da mídia tradicional de esconder o que está acontecendo com a Caravana de Lula pelo Brasil, iniciada, mais uma vez, no Nordeste brasileiro, as imagens bravamente difundidas pela cobertura alternativa mexem com todos. Nesse momento em que muitos se emocionam, se irritam, outros se amedrontam com as cenas explícitas de ligação de Lula e do conjunto de forças políticas e sociais, que o defendem, com o povo nordestino, além de exemplos simbólicos do legado do seu governo, poucos imaginam o que teve de gente que ficou aconselhando Lula a não sair de casa ou do escritório.

Vencido o risco de se submeter à inércia, hora era gente falando dos “riscos jurídicos”, hora gente falando dos “riscos de segurança e políticos”, a caravana já revelou o que poucos políticos e forças políticas têm condições de fazer no país, ainda mais no momento atual.

Diante do sucesso incontestável do encontro de Lula com o povo, uma das pautas dos últimos dias foi o encontro do ex-presidente com o governador de Alagoas, Renan Filho, e seu pai, Renan, o senador. Ou o jantar com Renata Campos, acompanhado pelo governador de Pernambuco, Paulo Câmara. Todos e todas, para além de outros símbolos, políticos que votaram a favor do impeachment de Dilma.

Os encontros suscitaram uma saraivada de debates por todos os lados, de certa forma o prenúncio de movimentações políticas no Brasil. Sejam na atual defesa dos direitos sociais, dos trabalhadores, dos mais pobres e de um projeto nacional de desenvolvimento, todos sob o ataque da agenda econômica e política do governo golpista. Sejam na atual defesa de Lula e todos aqueles que sofrem com o estado de exceção jurídico-policial-midiático, ou na construção de um projeto alternativo ao atual, que farão nosso povo e o Brasil voltar a sonhar.

Lula e o PT são maduros o suficiente para não cair na tentação por ingenuidades. Sabemos claramente qual foi a posição de lideranças políticas nacionais e regionais diante do golpe a Dilma, ou no posicionamento de vários em relação à destruição dos direitos dos trabalhadores, ao congelamento por 20 anos dos recursos da saúde e educação e ao programa de entrega do pré-sal e, agora, da Eletrobras e de outros ativos nacionais. Também Lula e o PT têm absoluta clareza da natureza das elites econômicas brasileiras e da fragilidade de qualquer governabilidade pautada apenas por maiorias no parlamento.

Mais do que isso, temos mais do que convicção de que as esperanças das forças políticas que enfrentaram o golpe e defendem Lula estarão na construção de um programa de governo que enfrente injustiças históricas do nosso país, como a profunda desigualdade econômica, social e regional; a injustiça tributária; a concentração nas mãos de poucos dos meios de comunicação; o descompromisso da elite econômica brasileira com qualquer projeto de nação e a desconsideração de um conjunto de setores com a centralidade de um projeto de desenvolvimento ambientalmente sustentável em um país como o Brasil.

Leia a íntegra do artigo na revista Fórum.

Alexandre Padilha é vice-presidente do PT, foi ministro da Coordenação Política de Lula e da Saúde de Dilma Rousseff e secretário da gestão Haddad em São Paulo

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