Alta de Dilma não causa queda da Bolsa
Mercados estão em queda no mundo todo e Bovespa já subiu ao mesmo tempo que Dilma cresceu nas pesquisas
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Na última semana, parte da mídia e analistas de mercado tentam colocar nas costas de Dilma Rousseff a culpa pelas queda na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Porém, o mercado financeiro sofre oscilações no mundo inteiro.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que os resultados das pesquisas eleitorais não têm relação direta com o comportamento do mercado financeiro. As oscilações, segundo ele, são reflexos da instabilidade no cenário internacional e as pesquisas eleitorais são uma parte pequena da flutuação na bolsa e no câmbio.
Apesar de criticar a política econômica brasileira, Vinicius Torres Freire, colunista da Folha de S. Paulo, reforçou a declaração de Mantega e disse que o “humor” do mercado financeiro está “azedo” no mundo inteiro. “Por mais que o favoritismo revivido da candidata-presidente ajude a azedar os humores da finança, é preciso lembrar outra vez que a barafunda é internacional”, disse Freire.
Na segunda-feira (29) a Bovespa fechou em – 4,52%, maior queda desde 9 de setembro de 2011, quando caiu 4,8%. Porém, as principais Bolsas de Valores da Europa também fecharam em queda. A da Alemanha fechou em queda de 0,71%; a de Madri, na Espanha, caiu 1,52%. A da França recuou 0,83%; a de Londres, na Inglaterra, ficou quase estável, com queda de 0,04%. A da Itália caiu 1,29% e a de Portugal recuou 0,22%. O índice Dow Jones, dos Estados Unidos, fechou em queda de 0,25%. Na terça (30), a Bolsa de Valores de Tóquio também recuou, com baixa de 0,84%.
Diante dos números brasileiros, a oposição relacionou o desempenho do mercado financeiro à subida de Dilma nas pesquisas eleitorais. Diante dos números, a revista Veja noticiou: “Não é de hoje que o mercado financeiro tem reagido de forma pessimista à possibilidade de reeleição da candidata petista”.
A afirmação não se sustenta diante de uma simples comparação: no dia 24 de setembro, um dia depois da divulgação da pesquisa do Ibope, que mostrou expressiva subida de Dilma, ampliando sua vantagem sobre Marina Silva (PSB), a Bovespa fechou em alta de 0,5%, puxada pelas ações da Petrobras e Vale.
Por Aline Baeza, da Agência PT de Notícias