‘Antes tarde do que nunca’, diz Dilma sobre afastamento de Cunha

A presidenta lamentou, porém, que afastamento tenha demorado a acontecer, permitindo que Cunha presidisse o processo golpista de impeachment na Câmara

A lei foi sancionada pela presidenta eleita em 2012

A presidenta Dilma Rousseff comentou, nesta quinta-feira (5), o afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Para Dilma, o afastamento de Cunha se deu “antes tarde do que nunca”.

“A única coisa que eu lamento, mas falo, antes tarde do que nunca, é que infelizmente ele conseguiu presidir, na cara de pau, o lamentável processo na Câmara”, afirmou, durante inauguração da usina hidrelétrica de Belo Monte, em Vitória do Xingu (PA).

A presidenta afirma que o impeachment é um claro desvio de poder de Eduardo Cunha. “Ele usa seu cargo para se vingar de nós, porque não nos curvamos às chantagens dele”, ressaltou.

Dilma voltou a afirmar que o processo de impeachment não tem base legal e que é, na verdade, uma eleição indireta. Ela destacou, ainda, que só a democracia respeita os direitos do povo. “Por isso temos de afirmar em alto e bom som que a democracia é o lado certo da historia. Não haverá perdão da história para os golpistas”, completou.

A petista destacou que está sendo punida pela sua escolha de ficar do lado dos mais pobres e afirmou que o grande juiz do País é o povo brasileiro, por meio do voto secreto.

“Eu quero dizer que tenho orgulho das escolhas que fiz. Investi no desenvolvimento de todas as regiões do País, dando ênfase àquelas que mais precisavam, o Norte e o Nordeste. Escolhi priorizar os interesses do povo mais pobre. Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família, Fies, ProUni, Pronatec, que aqui teve grande aceitação”, disse.

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Dilma durante cerimônia de entrega de unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida em Feira de Santana (BA) Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Por isso, a presidenta questionou a proposta de reduzir o Bolsa Família para 5% da população mais pobre do Brasil, projeto que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) pretende colocar em prática caso Dilma seja afastada do cargo.

“Sabe quantas pessoas recebem hoje o Bolsa Família? São 46 milhões de pessoas. Se falassem isso para vocês, vocês votariam em quem quer diminuir de 46 para 10 milhões e quer jogar para escanteio 36 milhões de brasileiros? Não votariam não”, afirmou.

Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias, com informações do Blog do Planalto

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