Ato em Brasília reúne movimentos sociais contra o golpe
Manifestantes ocuparam as ruas de Brasília para defender a democracia e dizer que é preciso derrotar o golpe para garantir direitos conquistados
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Na noite desta segunda-feira (11), a Frente Brasil Popular organizou o Ato em Defesa da Democracia e Contra o Golpe, em Brasília (DF). O intuito foi marcar a posição política da esquerda organizada para dialogar com a população brasileira e barrar o golpe camuflado de impeachment, e assim impedir o retrocesso dos direitos dos trabalhadores.
Segundo Antônio Pereira, da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), essa é uma semana decisiva para o povo brasileiro. “Mas temos certeza e confiamos no povo brasileiro que não vai ter golpe”.
“Se por acaso tiver o golpe, que nós acreditamos que não vai ter, sabemos que Temer e Cunha vão retirar todas as conquistas que a classe trabalhadora teve no último período”, destacou.
De acordo com Pereira, a mobilização contra o golpe deve reunir mais de 150 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios essa semana, para mostrar a força dos movimentos sociais contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Presente ao ato em Brasília, Ismael César, da executiva nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) foi enfático. Golpe significará perda de direitos para o povo.
“Para nós da CUT está muito claro que essa tentativa de golpe não é uma tentativa de golpe apenas contra a presidenta Dilma ou o PT. É uma tentativa de golpe ao povo brasileiro, à classe trabalhadora. Porque nós temos claro o que pode vir após esse golpe. Ou seja, eles querem retirar direitos da classe trabalhadora, querem precarizar e terceirizar cada vez mais as relações de trabalho. Isso é inaceitável”, afirmou.
O retrocesso nos direitos também será sentido pelas mulheres, negros e LGBTs. É o que afirma a coordenadora do Fórum Cearense LGBT Michelle Meira. “O que estão fazendo é um golpe que vai prejudicar toda a população, principalmente as populações historicamente excluídos, como os negros, as mulheres, os LGBTs”, explicou.
“Por isso estamos nessa luta, nas ruas, contra o golpe, por saber a importância de um governo democrático e popular. A população LGBT está nas ruas para exigir a manutenção do Estado Democrático de Direito, que as nossas liberdades conquistadas continuem e que a gente não quer nada menos, a gente ter mais direitos, mais LGBT nos espaços de poder, para que a gente possa mesmo ter um Brasil realmente democrático e livre”, ressaltou Meira, que também faz parte da coordenação do setorial LGBT do PT do Ceará.
Wilma dos Reis, da Marcha das Mulheres do DF, concordar com Michelle Meira. Para ela, é importante as mulheres estarem nas ruas nesse momento, porque o golpe também fortalecerá a bancada conservadora do Congresso, que tem proposto projetos de lei que representam retrocessos especialmente para as mulheres, a juventude, os negros, os camponeses, os LGBTs.
“Estamos nas ruas não apenas pela nossa pauta, mas pela defesa dos direitos do povo. E estamos nas ruas também em defesa da Dilma, enquanto mulher. Não vamos permitir o avanço do machismo e da misoginia”, completou.
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias