Ato em São Paulo exige libertação de presos políticos chilenos
Na quarta-feira (3), manifestação em frente ao Consulado do Chile na capital paulista exige a libertação de todos os presos políticos da revolta popular ocorrida naquele país em 2019
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Uma manifestação realizada da tarde da quarta-feira (3) em frente à sede do Consulado do Chile, na capital paulista, exigiu a libertação de todos os presos políticos detido durante a grande revolta popular ocorrida naquele país no final de 2019.
O ato público foi convocado por várias entidades, partidos e organizações, como o Diálogo e Ação Petista (DAP), Setorial Estadual de Direitos humanos do PT-SP, CUT, MST, CMP, MTST, PCdoB, PSOL, PSTU, Conlutas, SINDSEP, Sindicato dos Advogados, Sindicato dos Jornalistas, Instituto Vladimir Herzog, Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, além do deputado federal Vicentinho e dos professores Horácio Gutierrez e Silvia Adoue.
A manifestação de solidariedade das entidades, partidos e organizações democráticas brasileiras atendeu ao apelo da Federação dos Sindicatos Bancários do Chile, que em 2020 criou uma campanha internacional pela libertação dos presos políticos chilenos, numa tentativa de pressionar o governo Piñera.
De outubro a dezembro de 2019, o Chile foi cenário de uma das maiores mobilizações populares da história latino-americana. Durante semanas, milhões de chilenos tomaram as ruas da capital Santiago e das grandes cidades do país, exigindo o fim da herança ditatorial de Pinochet e de sua Constituição neoliberal, que destruiu os serviços públicos e piorou as condições de vida da maioria do povo chileno.
Na época, as forças de segurança do governo de Sebastián Piñera responderam aos atos com extrema violência, sendo que 28 mil chilenos chegaram a ser detidos e um total de 5.084 pessoas foram criminalizadas por diferentes acusações. Dessas, 648 foram presas preventivamente e outras 725 foram condenadas, em sua maioria sem adequadas condições de defesa. Até o momento, segundo organização de direitos humanos, milhares de pessoas ainda permanecem em diferentes penitenciárias do país, sem direito a visitas de familiares e com pouca ou nenhuma transparência sobre suas situações legais.
Além das prisões arbitrárias, a violência policial durante os protestos deixou danos permanentes em centenas de manifestantes que sofreram ferimentos, principalmente nos olhos, provocados por balas de borracha da polícia. Segundo dados oficiais, dezenas de pessoas perderam permanentemente a visão devido à violência policial.
Os protestos de outubro de 2019 resultaram na vitória da oposição no plebiscito que aprovou a convocação de uma nova constituinte no país. A oposição parlamentar, por sua vez, apresentou um projeto de acordo para indultar as pessoas presas durante os protestos de outubro de 2019, enquanto que o movimento sindical e popular mantém a mobilização, em defesa dos presos e exige a liberdade de todos os acusados.
Da Redação