Autonomia do BC põe em risco infraestrutura, programas sociais e a agricultura

Presidenta rebateu afirmações dos entrevistados de que estaria “amedrontando as pessoas” com o discurso de sua campanha

A presidenta Dilma Rousseff rebateu as afirmações dos jornalistas da TV Globo de que estaria “amedrontando as pessoas” com seus programas eleitorais de rádio e tevê. Ela explicou, por exemplo, que a concessão de autonomia ao Banco Central significa a redução da missão de bancos públicos como Caixa, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) no financiamento da infraestrutura no País.

“Eu quero saber como vão financiar a infraestrutura?”, questionou.

Dilma explicou que o País financia essas obras com prazos de 30 anos para pagamento, cinco anos de carência e juros a 5%, que representa uma taxa bastante reduzida em relação à prática do mercado.

“Se formos olhar em termos de juros de mercado, ninguém fará infraestrutura no Brasil”, afirmou.

“Porque os juros de mercado são de 25%. O juro de mercado não compadece um financiamento para infraestrutura”, completou.

Segundo Dilma, nessa ótica, é impossível fazer grandes realizações ou tocar programas sociais.

“Isso não é medo, isso é real”, afirmou em resposta ao jornalistas.

“Não sai rodovia, ferrovia, porto, aeroporto. Não sai metrô, não sai VLT. Esquece, porque não sai”, afirmou.

A presidenta usou como exemplo os financiamentos do programa Minha Casa, Minha Vida, que atendem pessoas com salários até R$ 1,6 mil.

“Se você tirar o empréstimo no mercado, você vai pagar R$ 940, ou algo parecido com isso. Se for uma pessoa que recebe R$ 800, a prestação da casa própria é maior do que ele ganha”, explicou.

“Nós cobramos 5% da renda, portanto, o governo coloca um subsídio, nesta faixa, entre 90 a 95% do valor do imóvel”

De acordo com a presidenta, se isso for repassada para bancos privados, como propõem seus adversários, a população mais carente não terá acesso ao financiamento da casa própria.

Outro setor prejuicado com essa proposta é a agricultura. “Eu quero saber como farão o Plano Safra, dos R$ 156 bilhões que nós colocamos esse ano, R$ 134 é com juro negativo”, explicou.

“Eu não sei se vocês acreditam que os bancos privados vão financiar isso a esse custo”.

 

Da Redação da Agência PT de Notícias

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