Barril a US$ 9 confirma viabilidade do pré-sal

Produtores tentaram inviabilizar extração em águas profundas no início de 2015 com superoferta da matéria prima e redução de preços ao nível de US$ 45 o barril

Foto: Agência Brasil

O risco de a exploração de petróleo na camada pré-sal brasileira não ter viabilidade econômica, por causa da redução acentuada do preço internacional da matéria-prima ocorrida entre meados de 2014 e início deste ano, não existe mais.

A diretoria da Petrobras assegurou nessa segunda-feira (11) que, graças à maior escala de produção e ao aprimoramento tecnológico no processo de exploração, o custo do barril extraído da camada deverá baixar ao nível de US$ 9.

A informação foi dada pela diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Solange Guedes, em entrevista registrada na sexta-feira (8) pelo “Portal Brasil”.

“Nós podemos garantir que o pré-sal é viável com um custo de produção de nove dólares por barril. Se considerarmos que duas unidades de produção ainda não estão produzindo com sua capacidade total, o custo de produção será menor ainda. A eficiência operacional em torno de 92% contribuiu significativamente para atingirmos esses baixos custos”, declarou a diretora.

O valor de US$ 9 o barril representa cinco vezes menos ou 20% dos US$ 45 anunciados no início deste ano como custo máximo necessário à viabilização econômica do pré-sal. Descoberto em 2007, o maior campo de produção nacional é também uma das maiores reservas petrolíferas anunciadas no século 21.

A primeira produção comercial da camada foi em 2008. A preços internacionais que gravitavam em torno de mais de US$ 100 o barril, a exploração estava assegurada.

No início deste ano (2015), porém, grandes nações produtoras deram início a um agressivo aumento na produção em seus países de origem com o objetivo de reduzir o preço internacional do petróleo.

Superaquecimento da oferta – O objetivo era inundar o mercado de óleo e deprimir os preços internacionais a níveis que tornasse inviável a extração em águas profundas (off shore), muito mais cara que o produto obtido em condições normais, em terra firme.

Nesse cenário, os produtores que se dedicaram a deprimir os preços não teriam competidores à altura. A estratégia acabou tendo seus objetivos expostos: inviabilizar os novos e promissores campos de exploração ao redor do planeta, como o pré-sal brasileiro.

O anúncio da redução dos custos do pré-sal pela Petrobras, com preços abaixo de dois dígitos o barril, frustra os planos daqueles países exportadores. A competição do pré-sal está assegurada ao mercado.

A produção no pré-sal chegou 672 mil barris/dia em março último, ou 28% da produção nacional, volume que significou um salto em relação aos 395 mil de 2014 e os 42 mil de 2010. A perspectiva de que os poços produziriam de 15 a 20 mil barris diários também foi revista.

Devido à surpreendente produtividade do pré-sal, a média subiu para 25 mil e alcança 40 mil em poços dos campos de Sapinhoá e Lula, na bacia de Santos. De acordo com Solange Guedes, a produção na camada está mais desenvolvida na bacia de Campos (ao norte do Rio de Janeiro), onde já existe grande infraestrutura instalada pela Petrobras.

Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias

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