Benedita com evangélicos: Verdade, inclusão e melhoria de vida
“A gente quer dialogar sobre uma política de inclusão e de desenvolvimento para o Brasil”, afirma a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ). Leia entrevista ao jornal O Popular, de Goiás
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Em entrevista ao jornal O Popular, de Goiás, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), coordenadora nacional do Núcleo dos Evangélicos do PT (Nept), informou que já existem núcleo em 21 estados. “Nós estamos dialogando em cima das políticas públicas executadas pelos governos do PT. Não tem nenhuma receita. É falarmos da verdade, do que foi feito no governo do Lula, para trazer à memória aquilo que foi importante para o País e que atingiu número considerável de evangélicos”, afirmou.
Benedita destacou que os evangélicos estão em crescimento e que é preciso ter um olhar para a contribuição que eles podem dar na formulação de uma política para esse País sair do sufoco. “Não é apenas fazer uma discussão de costumes porque isso não muda a economia, não vai trazer empregos para as pessoas”. A deputada enfatizou ainda que o partido nunca trabalhou contra os valores e crenças dos evangélicos.
“A contribuição do PT com os evangélicos sempre aconteceu. E aconteceu pela execução de políticas sociais que mudaram a realidade do povo brasileiro e mudou também a vida dos evangélicos, como Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família, Brasil sem Miséria, Luz para Todos, Mais Médicos, o programa das universidades”, citou. (Veja abaixo a íntegra da entrevista da deputada)
Também em entrevista ao jornal Popular, o deputado federal Rubens Otoni (PT-GO) falou do trabalho do Núcleo Evangélico, em especial no estado de Goiás. “Estou otimista em relação ao trabalho do PT com o setor evangélico, que conta que lideranças de diferentes denominações do interior do estado, e que têm procurado o partido para demonstrar apoio a Lula. Na avaliação do parlamentar, isso está ocorrendo porque o partido sempre deu atenção “à vida do povo”.
Rubens Otoni acrescentou que “venderam a ilusão de que a situação iria melhorar no atual governo, e o que ocorreu foi retrocesso. “A maioria da população evangélica é de classe média e baixa, e está sofrendo as consequências dos desmandos do governo Bolsonaro. Nosso foco é a vida do povo”, reforçou.
Íntegra da entrevista da deputada Benedita da Silva:
O Popular – O presidente Lula pediu que o partido investisse na formação de núcleos evangélicos nos estados. O que está sendo feito para viabilizar essa aproximação?
Benedita – Nós temos o Núcleo dos Evangélicos do PT em 21 estados. Estamos produzindo um material para iniciar o diálogo com os evangélicos, mas não necessariamente do PT, porque esses já sabem e estão dentro. Nós estamos dialogando em cima das políticas públicas do presidente Lula. Não tem nenhuma receita. É falarmos da verdade, do que foi feito no governo do Lula, para trazer à memória aquilo que foi importante para o País e que atingiu número considerável de evangélicos. Os evangélicos estão em crescimento e é preciso ter um olhar para a contribuição que eles podem dar na formulação de uma política para esse País sair do sufoco. Não é apenas fazer uma discussão de costumes. Se a gente só fazer uma discussão de costumes, isso não muda a economia, não vai trazer empregos para as pessoas. O PT nunca trabalhou contra os valores e crenças dos evangélicos. A contribuição do PT com os evangélicos sempre aconteceu. E aconteceu pela execução de políticas sociais que mudaram a realidade do povo brasileiro e mudou também a vida dos evangélicos, como Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família, Brasil sem Miséria, Luz para Todos, Mais Médicos, o programa das universidades. É importante dizer que das 24 milhões de famílias brasileiras que compraram geladeira, 8 milhões eram lares de evangélicos. A gente quer dialogar sobre uma política abrangente, uma política para o Brasil, de inclusão, de desenvolvimento e respeito à Constituição. Nós temos uma Constituição, em que está o direito da liberdade de culto. Não tem por que agora, no caos em que o Brasil está metido, não dialogar com os evangélicos, até mesmo com aqueles que votaram com o Bolsonaro.
O Popular – Quais lideranças evangélicas que já estão com o PT neste projeto e como é a participação delas?
Benedita – Sempre que falam “lideranças evangélicas estão com fulano ou ciclano”, estão falando da cúpula da igreja, dos pastores. Nós estamos falando de evangélicos e evangélicas. Nós estamos falando para o povo evangélico. E o povo evangélico está na classe média e classe alta, mas a maioria é da classe popular. É esse diálogo que queremos e estamos fazendo. É a senhora que está lá no pico do morro, é evangélica e cuida do seu netinho e precisa ter escola. Que haja boa qualidade de água e de saneamento para as pessoas. Quem pode ficar contra isso? Acho que nenhum cristão fica contra isso. No governo de Lula, 38 milhões de negros e negras tiveram acesso a água de qualidade e saneamento adequado. Destes, 13 milhões eram evangélicos. Como falar em evangélico é muito abrangente, você vai encontrar evangélicos em movimentos sociais, nos partidos políticos, como o nosso, no movimento das mulheres, dos negros, dos trabalhadores rurais. Estamos dialogando com essas pessoas sobre seu salário, sobre seu emprego ou desemprego. Falam que os evangélicos estão todos com o governo (Bolsonaro). Não estão. Isso não é verdade. A começar pelo meu partido. A gente quer fazer essa discussão e mostrar que evangélicos também votam no PT. O Haddad teve 30% de evangélicos votando com ele. Não é pouca coisa para uma campanha que foi em cima da hora, todo mundo estava esperando o Lula, mas prenderam o Lula. Não tem nenhuma estratégia invisível. Ela é pura e transparente, é conversar com as pessoas.
O Popular – O pré-candidato ao governo de Goiás do PT, Wolmir Amado, é ligado à igreja católica. O PT também tem raízes na igreja católica. Isso atrapalha o plano?
Benedita – Nunca atrapalhou. Os evangélicos não brigam com os católicos. A nossa disputa de ideias não é uma guerra religiosa da igreja X ou Y. Temos outros segmentos religiosos com os quais também dialogamos e que em Goiás há de ter, como católico, evangélico, candomblecista. E um candidato ao governo dialoga com todo mundo. O Lula também recebe apoio de religiosos católicos. Temos nosso setorial inter-religioso no PT que dialoga com todas as formas das religiões. Não atrapalha em absolutamente nada.
Do PT na Câmara
Fonte: Jornal O Popular (Goiás)