Conexões de Saberes lança mapa digital da resistência da juventude negra de BH
“Mapas produzidos sobre a desigualdade social brasileira apontam que a juventude negra é um ator que, infelizmente, tem sido alvo de violência e de violações de direitos…”
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Mostrar a diversidade de coletivos juvenis negros da capital e refletir sobre as dinâmicas de desigualdade e resistência vivenciadas por esses grupos. Esses são alguns dos objetivos do Mapa Digital da Resistência da Juventude Negra em Belo Horizonte que foi lançado na última terça-feira, 10, pelo Núcleo Conexões de Saberes da UFMG. O evento trouxe uma roda de conversa entre representantes de coletivos juvenis negros da capital e da Região Metropolitana. O encontro contou com a participação de Larissa Borges, que integra a equipe do Plano Juventude Viva pela Secretaria Nacional de Juventude.
A ferramenta é fruto de pesquisa realizada pela equipe do Programa de Educação Tutorial – Conexões de Saberes (PET Conexões) com 17 coletivos da cidade. “Mapas produzidos sobre a desigualdade social brasileira apontam que a juventude negra é um ator que, infelizmente, tem sido alvo de violência e de violações de direitos. Na história de luta do movimento negro podemos observar que muitas vezes essa resistência é invisibilizada. Então, organizações juvenis têm promovido ações para conscientizar a juventude negra e dar visibilidade à luta do movimento”, explica a professora Cláudia Mayorga, coordenadora do Conexões e Pró-Reitora adjunta de Extensão.
Segundo Mayorga, a ideia é que o mapa permita o contato e a articulação entre os coletivos negros que têm se organizado em torno de temas como política, cultura e religião, como forma de enfrentamento à violência e ao preconceito. “Esperamos que esse mapeamento contribua para o fortalecimento do diálogo entre esses grupos, para a formação de uma grande rede permitindo, assim, ações em conjunto para enfrentar a desigualdade racial e o racismo dentro da sociedade”, completa.
A professora afirma ainda que, além de dar visibilidade às ações promovidas por esses atores, a iniciativa também pretende contribuir com a luta pela democratização da universidade. “Com a lei de cotas, a instituição tem que garantir uma porcentagem de acesso para estudantes negros, indígenas e de escola pública, mas isso não pode ocorrer de qualquer forma. Tem que se pensar uma maneira de fortalecer a trajetória acadêmica desses jovens para que essa inclusão não seja subalternizada, para que não tenham que abandonar suas origens, cultura, por exemplo”, ressalta.
Na plataforma – que será divulgada em breve no blog do PET Conexões – o visitante encontrará a localização geográfica dos coletivos, o histórico, objetivo, as principais ações desenvolvidas, além de imagens e os pontos de encontros desses jovens.
Conexões
O Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão Conexões de Saberes desenvolve atividades voltadas à formação acadêmica interdisciplinar e política de estudantes universitários negros e com trajetórias populares, como os beneficiários de ações afirmativas. Entre os temas abordados pelo grupo estão acesso à universidade pública, desigualdade de gêneros, contexto de periferias,etc. Mais informações pelo 3409-3806 ou pelo conexoesufmg@gmail.com.
Fonte: Proex UFMG