Contracs participa de audiência pública por direitos aos trabalhadores do Mc Donalds
Confederação e entidades filiadas do setor se reúnem em Brasília em favor dos trabalhadores da multinacional
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Na manhã desta quinta-feira (20), a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs/CUT) participou da audiência pública em favor dos direitos dos trabalhadores no Mc Donalds, organizada pelo senador Paulo Paim. O evento contou com trabalhadores/as de mais de 20 países e diversas centrais sindicais.
Representando a CUT e o ramo, o presidente da Contracs, Alci Matos Araujo, destacou a preocupação brasileira com a filosofia de trabalho do Mc Donalds, que coloca os trabalhadores/as em situações perigosas e insalubres como a limpeza de chapas quentes e o manuseio de lixo sem equipamentos de proteção. Muitas vezes este trabalho é realizado por menores de idade. O dirigente destacou que é necessário mudar a metodologia de trabalho da empresa.
A audiência também tratou do relatório anual da empresa direcionado aos seus acionistas, que no ano de 2014, cita a rotatividade como uma alternativa a ser usada pela empresa, a preocupação da empresa frente ao aumento do salário mínimo no Brasil e aposta em práticas antissindicais para frear o movimento sindical.
Vários sindicatos filiados à Contracs do setor de hotel, bares e restaurantes estiveram presentes na audiência. Para Antonio Carlos da Silva Filho, coordenador do setor hoteleiro, a estratégia a ser usada deve ser, considerando a amplitude da empresa, através de ações coletivas nacionais e internacionais para que o Mcdonalds pare de influenciar e precarizar o mercado de trabalho.
Gerardo Iglesias da Uita – entidade internacional a qual a Contracs é filiada – defendeu a necessidade de trabalho conjunto entre o Brasil e a Argentina pela dignificação do trabalho no Mc Donalds. “A Uita abraçou a luta da SEIU nos Estados Unidos e agora vamos para uma luta mundial por melhores salários e pelo fim de vender a felicidade dentro de uma caixinha e fritar os trabalhadores e trabalhadoras em óleo rançoso”.
A audiência teve vários momentos de emoção através dos relatos dos trabalhadores/as de diversos países. Muitas mulheres presentes relataram que não conseguem criar seus filhos com dignidade pelo baixo salário pago pelo Mc Donalds, fazendo com que vivam em moradias precárias ou em carros por não conseguiram trabalhar mais de 20 horas já que o Mc Donalds não autoriza. As trabalhadoras também relataram que estão sofrendo pressão agora que aderiram as campanhas sindicais por aumento de salariais.
Durante a audiência, todos se manifestaram a favor de respeito e afirmaram estar envolvidos na campanha mundial #semdireitosnãoélegal a favor dos trabalhadores do Mc Donalds desenvolvida mundialmente pela Seiu.
Ao final da audiência, o senador Paulo Paim se comprometeu a elaborar uma carta com os problemas apontados para enviar à empresa na tentativa de estabelecer o diálogo social entre a empresa e as entidades sindicais que representam seus trabalhadores/as.
Fonte: www.contracs.org.br