Debate #LulaLivre em Paris
Por Markus Sokol, membro da CEN
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Dia 3 de maio participei, em Paris, na Bourse du Travail (Bolsa do Trabalho, ligada aos sindicatos), de um debate, no caso, como membro da Executiva Nacional do PT, a convite do Núcleo do PT-Paris, no quadro das atividades do Comité de Solidariedade a Lula e a Democracia brasileira ali formado.
Sala cheia, em um dia de greve de transportes, demonstrando mais uma vez o interesse que suscita a situação brasileira. Público formado na maioria de franceses, com vários representantes de partidos de esquerda.
Na mesa para debater, estava Christian Rodriguez, Responsável pelo Setor Internacional América Latina da “França Insubmissa” (movimento liderado por Jean-Luc Mélenchon).
Entre os presentes, Jean-Dominique Cappoci, Conselheiro do 7o. distrito parisiense pelo PSF, Albert Peirano, Conselheiro Nacional do PSF, militantes do POI – Partido Operário Independente, do PCF – Partido Comunista Frances, além de membros de associações latino-americanas.
Peirano, na sua condição de conselheiro do ex-ministro e deputado Stéphane Le Foll, veio pessoalmente declarar o apoio a campanha e enumerar as ações que se engajam a fazer em defesa de Lula.
Rodriguez, como representante da França Insubmissa, reforçou a idéia da necessidade não somente de ser solidário com Lula, exigir sua liberdade, mas de que Lula e somente ele, pode ser o candidato do PT, por ser o único capaz de aglutinar o povo brasileiro em torno de um projeto de esquerda para a sociedade brasileira.
Da minha parte, trouxe a denuncia do envolvimento do Departamento de Justiça dos EUA e do FBI, na orientação da Operação Lava-jato, que se desdobranm pelo mundo. Mostrei a profundidade da crise no Brasil, com a fragmentação da direita, enquanto Lula se mantém favorito nas últimas pesquisas, e lembrei seu histórico discurso no dia da prisão, ligando as bandeiras da sua candidatura presidencial à convocação de uma Constituinte. Convidei a visitar o Acampamento em Curitiba, junto a Polícia Federal, o que alguns já se dispuseram.
O debate, incluindo as questões do plenário, foi muito enriquecedor para todos. Creio ter ficado claro, com elementos precisos para o público, as arbitrariedades que tem ocorrido no Brasil, com a lista de ações que demonstram o caráter de “regime de exceção” que se tornou o cotidiano da sociedade brasileira. Assim, o público pôde ver que não somente Lula está injustamente no cativeiro, mas com ele a democracia brasileira.
Coube aos presentes de origem latino-americana lembrar da importância geoestratégica do Brasil, dando a dimensão do quanto a situação do Lula os toca diretamente, tendo em vista que, um aniquilamento das conquistas sociais brasileiras e avanço de políticas radicais pró-mercado, teria como repercussão imediata a porta escancarada para que o mesmo ocorra com eles, pois até pouco tempo o Brasil era visto, como disseram, como “o trinco que fechava esta porta…”.
E, por tudo isto, o compromisso dos organizadores e oradores ao final era de não descansar enquanto Lula estiver na prisão.