Encontro promove troca de experiência para novos Comitês de Luta
A reunião contou com centenas de militantes de todo Brasil, que relataram suas vivências em seus Comitês
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Os Comitês Populares de Luta realizaram na última quinta (31) e sábado (2) dois encontros experimentais com o objetivo de trocar experiências e aprendizados sobre a construção dos Comitês Populares de Luta e, a partir da escuta de cada experiência, superar as possíveis dificuldades e fortalecer a organização nos territórios e nas redes.
Na abertura da reunião, realizada via zoom, o coordenador da secretaria nacional dos Comitês Populares de Luta, Paulo Okamotto falou que os Comitês serão espaços de participação do povo na política, mesmo após as eleições que serão realizadas em outubro e que a secretaria tem o papel de acelerar a construção dos Comitês em todo o Brasil.
“A proposta é observar as práticas que estão sendo bem sucedidas e espalhá-las para os demais Comitês. A secretaria vai funcionar como uma central para orientar e passar informações sobre como preparar as ações dos Comitês, oferecendo um atendimento para cada Comitê que precisar de apoio para realizar suas ações”, explicou Okamotto.
A reunião foi organizada em torno das três seguintes perguntas, que cada participante deveria responder dentro de seu tempo de fala: Quais são as suas práticas para construir o Comitê Popular de Luta em sua cidade? O que você tem feito para trazer mais pessoas e conseguir furar a bolha? Como a secretaria poderia ajudar o seu Comitê? A partir das exposições de cada participante, algumas demandas puderam ser notadas. Uma das propostas é de que a secretaria venha a auxiliar na criação de canais virtuais para os Comitês, ou a criação de uma agenda, também por whatsapp, para facilitar a comunicação com os membros.
Práticas
Os Comitês já estão trabalhando a todo vapor, e foram relatadas ações e práticas bem sucedidas. A organização de cada Comitê vem sendo feita com base nas necessidades de cada local. “Aqui em Toledo (PR), temos tentado tratar de temas nacionais que afetam diretamente o município. Como a economia da região se baseia fortemente na agricultura, aproveitamos a questão dos fertilizantes para fomentar o debate sobre a falta de planejamento do atual governo para essa área e como isso impactará diretamente diversos setores da cidade”, contou Evanio. No Rio de Janeiro, no bairro do Realengo, o Comitê “O bom exemplo é o melhor sermão”, busca conscientizar a população do bairro sobre as consequências do voto errado e o prejuízo que isso traz para toda a sociedade. A coordenadora do Comitê organiza todo final de mês uma reunião (Bate-papo com a Tati), com bolo, café e muita conversa sobre o cenário político atual.
Houve também muitos relatos de novos Comitês surgindo. No Rio Grande do Sul, a coordenadora do Comitê Popular de Lutas pela Saúde Hospital Cristo Redentor/RS, contou já estar com três Comitês em formação, que serão cadastrados nesta semana: o Afro- axé (territorial), o Afrorreligiosidade (Intermunicipal) e o Periferia Norte. Em Vitória (ES), o Comitê Estadual de Lutas Populares também trabalha para fomentar a criação de outros comitês. “Cada bairro e sindicato fará seu comitê e agirá para expandir o núcleo. Participei da reorganização do núcleo de jardim da Penha e junto ao ex-vereador Marcelão alugamos uma kombi. Estamos criando caixa para plotar o carro e fazer um Comitê itinerante”, disse Fernanda Tardin, do Comitê do Espírito Santo.
Esses são apenas alguns dos exemplos e relatos colhidos a partir dos encontros com as companheiras e companheiros dos Comitês espalhados por todo o Brasil. A proposta é que este tipo de atividade de escuta e troca de experiências continue e se amplie. “Queremos estimular que as direções e Comitês estaduais façam também diálogos como esses para identificar o que está dando certo e fazer os ajustes necessários para construção de mais Comitês e abrir espaço para que cada vez mais pessoas e lideranças do povo participe da vida política do país”, defendeu Okamotto.
Da Redação/Comitê Popular de Luta