Nota da SNCULT – PT sobre a criação da Agência de Museus e o fim do IBRAM
A criação sem planejamento dessa agência pode colocar em risco a administração dos museus brasileiros e levar a uma precarização da gestão e à desvalorização do corpo técnico.
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A Secretária Nacional de Cultura do PT manifesta sua preocupação e seu desacordo com a forma como o governo está conduzindo o processo de mudança institucional da gestão dos museus nacionais após a tragédia ocorrida com o Museu Nacional no dia 2 de setembro.
Hoje, dia 10 de setembro, o Ministério da Cultura, em meio ao período eleitoral e servindo a um governo sem qualquer legitimidade popular, anuncia de forma unilateral, sem qualquer diálogo com a comunidade cultural e museológica brasileira, a criação de uma Agência de Museus e, por consequência, o fim do Instituto Brasileiro de Museus.
Trata-se de uma decisão grave que acarretará consequências para a forma como os museus brasileiros serão conduzidos nos próximos anos. Por isso, a mudança do modelo de gestão, concebido ainda recentemente, exige, ao menos, a escuta dos agentes culturais envolvidos na gerência de museus no país. A criação sem planejamento dessa agência pode colocar em risco a administração dos museus brasileiros e levar a uma precarização da gestão e à desvalorização do corpo técnico.
Defendemos a Política Nacional de Museus e o fortalecimento do Instituto Brasileiro de Museus, que a sociedade brasileira possa contribuir para a gestão e salvaguarda dos museus, dos seus acervos e com o desenvolvimento de suas programações. Logo, consideramos que a gestão deve ser pública e com controle democrático e social.
Brasília, 10 de setembro de 2018.
Márcio Tavares
Secretário Nacional de Cultura do PT