Nota de repúdio dos trabalhadores da segurança pública a acordos comerciais/militares Brasil-Israel
Trabalhadores pedem fim de contratos/parceria de segurança e defesa entre Brasil e Israel e apoiam o presidente Lula em defesa da Palestina
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Em dezembro de 2023, foi realizado um debate promovido por trabalhadores da Segurança Pública de Brasília, contando com a presença do Coordenador Nacional de Segurança Pública do PT, Abdael Ambruster, Marcius Siddartha, Coordenador do Setorial Estadual de Segurança Pública do PT de Brasília, bem como Fabrício Rosa, policial rodoviária federal, ambos do Movimento Policiais Antifascismo, e que contou com a presença de jovens palestinos que relataram o que estava tramitando no Congresso Nacional, especialmente a aprovação de acordos de cooperação do Brasil com Israel nos campos bélico, de segurança e tecnologia, três áreas diretamente implicadas na ocupação da Palestina e nos crimes de lesa-humanidade ali praticados, inclusive o genocídio em curso em Gaza.
A reunião se deu após o encontro do embaixador de Israel com Bolsonaro e parlamentares bolsonaristas no Congresso, o que acendeu ainda mais o alerta de que os progressistas que atuam na segurança pública tinham que fazer algo para se contrapor, pois a reunião, além de ir contra a Convenção de Viena, que rege as ações diplomáticas, estávamos diante de potencial ameaça à soberania nacional, especialmente quanto à preservação de informações e dados sensíveis de defesa.
Ambos os policiais acima citados foram alvo de espionagem do governo Bolsonaro durante o escândalo do dossiê dos policiais antifascistas, produzido pela Secretaria de Operações Integradas, à época gerida por André Mendonça, hoje Ministro do STF.
Neste sentido, a ideia de construir uma nota de repúdio em nível nacional acabou se colocando como uma necessidade. Não só para defender as crianças, jovens, mulheres, pessoas idosas, os animais e o meio ambiente, bem como todo o conjunto do povo palestino desarmado que vem sendo eliminado de forma sistemática, mas também para preservar a nossa soberania nacional, que está sendo questionada pelo sistema de inteligência de Israel, que ajudou, com suas ferramentas, disponíveis a setores ideologicamente ligados à extrema-direita, a preparar a tentativa de golpe. A necessidade do cessar fogo imediato e o fim do genocídio do povo palestino é uma questão central de defesa da nossa soberania nacional.
A nota também pede que o Senado Federal não aprove o Projeto de Decreto Legislativo N° 554, DE 2021 que celebraria o acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo do Estado de Israel para Cooperação em Segurança Pública, Prevenção e Combate ao Crime Organizado e em caso de aprovação que o presidente Lula vete tal projeto.
Após a coleta de assinaturas, junto com as lideranças da segurança pública progressistas e de esquerda, junto com as lideranças palestinas do nosso país, encaminharemos o documento a deputados(as) e senadores(as), ao líder do PT na Camada companheiro Odair Cunha, ao líder do PT no Senado companheiro Beto Faro, a toda bancada do governo, bem como as seguintes lideranças:
Ao presidente Lula, através de Celso Luiz Nunes Amorim, Assessor-Chefe da Assessoria Especial da Presidência da República
Mauro Luiz Iecker Vieira,Ministro de Relações Exteriores
Enrique Ricardo Lewandowski, Ministro de Justiça e da Segurança Pública
José Mucio Monteiro Filho, Ministro da Defesa
Silvio Luiz de Almeida, Ministro dos Direitos Humanos
O setorial Nacional de Segurança Pública do PT apoia irrestritamente a fala do presidente Lula, por um estado Palestino soberano e independente e repudia veementemente a ação genocida de Israel contra o povo palestino.
O setorial conclama toda a sua militância para que assine o abaixo assinado para ampliar ainda mais o apoio ao nosso presidente Lula e ao povo palestino.
Viva o presidente Lula, o maior estadista do mundo.
Palestina Livre, Do Rio ao Mar, Soberana e Independente.
https://peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR137512
Setorial Nacional de Segurança Pública do PT
Brasília, 22 de fevereiro de 2024.