Patrus se solidariza com pequenos agricultores em greve de fome

“É preciso lembrar sempre que estamos vivendo uma operação desmonte. Estão desmontando os direitos sociais dos pobres, das classes trabalhadoras, dos agricultores familiares e também da classe média assalariada e dos micro, pequenos e médios empresários, que mais dia menos dia sentirão as consequências dessa política totalmente a serviço dos interesses do grande capital, das grandes empresas transnacionais e de nações às quais não interessa o desenvolvimento do Brasil. E por aí entramos numa outra operação desmonte – que é o desmonte da soberania nacional, a entrega das nossas riquezas, do petróleo, do setor elétrico, das nossas águas, das nossas terras.

Em paralelo a tudo isso ainda temos as chamadas reformas, como a da Previdência, que leva a manifestações como esta greve de fome das nossas companheiras e companheiros do Movimento dos Pequenos Agricultores. São militantes históricos como frei Sérgio, pessoas comprometidas com a vida, com a justiça social, com o bem comum, com o desenvolvimento da agricultura familiar, com a aplicação efetiva do princípio constitucional que determina a função social da propriedade e das riquezas, a função social da terra.

Os manifestantes do MPA estão se contrapondo a essa onda de desmonte do Brasil que inclui o fim da previdência social para atender aos interesses do grande capital.

Viemos aqui para trazer a nossa solidariedade a esses manifestantes.

E é importante lembrarmos também que a greve de fome, que é uma atitude mais enérgica, tem profundas raízes na tradição cristã e na tradição do humanismo. Mahatma Ghandi fez greves de fome com grande frequência. Martin Luther King também fez. Vários presos pela ditadura no Brasil fizeram greves de fome, como frei Beto. Então, a greve de fome é uma forma legítima de luta, para mostrar a nossa insatisfação com o que estão fazendo com o Brasil e para mostrar também o compromisso que mantemos com nosso país, com nosso povo e com as gerações futuras.”