Secretário Nacional de Combate ao Racismo participa de Audiência Pública em Juiz de Fora
Tema da audiência foi o extermínio da juventude negra no país.
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O secretário nacional de Combate ao Racismo do PT. Martvs das Chagas, esteve presente na segunda feira(4) na Audiência Pública contra o extermínio da juventude negra em Juiz de Fora, convocada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O tema é uma das pautas prioritárias de sua gestão à frente da Secretaria.
Durante a audiência, diversas lideranças e ativistas dos movimentos sociais relataram a situação vivida, principalmente, pelas famílias que tem a vida de seus filhos e filhas ceifadas de forma abrupta invertendo o ciclo natural da vida e banalizando a morte de jovens vulnerabilizados por sua condição racial e social.
O Secretário Nacional de Combate ao Racismo falou representando também a Coordenação da Convergência Negra e o Líder do Bloco da Maioria na ALMG, deputado André Quintão, e apresentou dados para ilustrar as disparidades entre negros e brancos no município.
Segundo ele, Juiz de Fora é a terceira cidade brasileira com maior disparidade no Índice de Desenvolvimento Humano municipal comparativo entre brancos e negros. “Isso significa que vivemos em uma cidade com duas populações distintas, sendo uma nivelada por baixo”, considerou Martvs, que lembrou que 46% da população do município é negra.
Ainda pontuando as assimetrias existentes entre brancos e negros, ele disse que o analfabetismo atinge 2,16% da população branca e 5,71% da negra. No que se refere à renda per capita da população negra na cidade, ele disse que a média é de R$ 613, enquanto a da população branca chega aos R$ 1.380. “Se não tivermos um olhar diferenciado, não vamos conseguir corrigir essas distorções”, disse.
Morte de negros é vista como natural
Martvs também falou sobre a naturalização das mortes das pessoas negras, que ele chamou de racismo absoluto. ”O pior é que as pessoas não ficam indignadas porque é morte de jovem preto de periferia”, disse. Segundo ele, o número de homicídios em Juiz de Fora vem aumentando ao longo dos anos. Em 2012, a cidade registrou 99 homicídios e, em 2016, o número de mortes chegou a 154, das quase 85% de pessoas negras com até 29 anos.
(Com equipe de comunicação da Assembleia Legislativa de Minas Gerais)