Solidariedade internacional: POUS (Portugal)
Solidariedade com o Povo trabalhador do Brasil NÃO AO GOLPE! O Brasil atravessa uma das mais graves crises políticas desde o derrube da ditadura. Está em curso uma tentativa de…
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Solidariedade com o Povo trabalhador do Brasil
NÃO AO GOLPE!
O Brasil atravessa uma das mais graves crises políticas desde o derrube da ditadura. Está em curso uma tentativa de golpe!
Apoiando-se na crise económica e social que atinge a população brasileira, as forças reaccionárias, os partidos da oposição têm levado a cabo uma ofensiva visando alcançar o poder, que não conseguiram nas últimas eleições presidenciais. As reiteradas operações judiciais contra Lula da Silva (ex-Presidente do Brasil, e fundador da CUT e do PT) e o processo de “impeachment” (destituição) contra a Presidente Dilma Russeff são a expressão desse plano delineado desde então.
Esta ofensiva foi desencadeada em nome da luta contra a corrupção.
A corrupção existe! Mas, a pretensa campanha contra a corrupção – propagandeada pela Comunicação social brasileira e de que a portuguesa tem feito eco – é, na verdade, uma cortina de fumo atrás da qual se esconde a operação golpista, estribada no poder judicial.
Que crédito pode ser dado a esses propósitos declarados de luta contra a corrupção, quando os seus promotores – os grandes grupos económicos e financeiros brasileiros e internacionais – são, eles próprios, os principais responsáveis e beneficiários da corrupção que dizem querer combater?
Contrariamente aos propósitos anunciados, a ofensiva desencadeada tem um alcance e significado claros. As acções intimidatórias, levadas a cabo pela Polícia Militar (PM), são disso prova. Recentemente, a PM – com o pretexto de se informar sobre uma manifestação a favor de Lula – entrou, armada de metralhadoras, num plenário de trabalhadores do Sindicato de metalúrgicos de Diadema, cercando a sua sede com viaturas militares.
De acordo com o nosso melhor conhecimento, entre os Procuradores e Juízes que mais têm clamado contra a corrupção, nenhum se insurgiu contra o sucedido, nenhum veio em defesa dos direitos democráticos, do direito de reunião e de organização ameaçados e violados.
As acções desencadeadas, nestas últimas semanas, nada têm a ver com o combate à corrupção. Elas constituem uma ofensiva contra o povo trabalhador brasileiro, contra os seus direitos laborais e sociais, contra as suas organizações sindicais (como a CUT) e os seus dirigentes, contra o PT e os partidos que se reclamam da classe trabalhadora, e contra a própria democracia, visando destruir as condições de vida e direitos alcançados pelo Povo brasileiro nesta última década.
Os subscritores:
- repudiam a ofensiva golpista desencadeada;
- expressam a sua solidariedade para com o povo, os jovens e os trabalhadores brasileiros;
- manifestam o seu apoio ao combate das organizações sindicais, operárias e populares brasileiras, pela defesa da democracia, das liberdades de associação, de reunião e de manifestação, pelos direitos laborais e sociais do povo trabalhador brasileiro;
- darão a conhecer sua posição à CUT e à Embaixada do Brasil.
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Os primeiros subscritores: Aires Rodrigues e Carmelinda Pereira (Deputados Constituintes)
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