Bolsista desenvolve luz que mata bactérias

Estudante pernambucano pelo programa Ciência sem Fronteiras, Caio Guimarães, desenvolveu dois equipamentos capazes de irradiar luz visível em tecidos humanos, numa frequência que mata em cerca de uma hora, micro-organismos imunes a tratamentos comuns.

Cientistas americanos já haviam descoberto que determinadas frequências de luz azul eram capazes de eliminar as bactérias. Mas os cientistas não tinham descoberto uma maneira de entregar essa luz ao tecido, devido à baixa capacidade de penetração na pele.

Caio desenvolveu, em parceria com os colegas do Wellman Center, laboratório de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), uma lanterna portátil com lâmpadas de led (diodo emissor de luz, em inglês) e uma matriz contendo várias microagulhas. A matriz é colocada sobre o ferimento e as agulhas conduzem a luz recebida da fonte para dentro da pele, eliminando a infecção em cerca de 60 minutos.

“Conseguimos otimizar a entrega de luz em 300 por cento, permitindo atingir bactérias em partes mais profundas. Como é biocompatível, a agulha pode ser absorvida pela pele e tem menor risco de alergia”, declarou Caio à imprensa.

O bolsista retornará ao País para desenvolver na Universidade de Pernambuco (UPE) pesquisas dos protótipos que serão aplicados em colônias de bactérias encontradas em hospitais do Brasil, associadas aos casos de infecção generalizada.

Persistência – Terminado os estudos na Hofstra University, em Nova York, Caio decidiu entrar em Wellman Center. Enviou mais de dois mil e-mails a professores, pedindo uma vaga. Das duas respostas que recebeu, uma era a do Ph.D Andy Yun, inventor do primeiro laser feito a partir de material humano e animal, que pediu detalhamento do projeto de Caio.

Após algumas semanas do primeiro contato, o estudante brasileiro foi convidado a integrar a equipe de Yun.

Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias.