Bolsonaro defende esterilização de mulheres pobres
Candidato do PSL fala em ‘rígido controle de natalidade’, cita ditador peruano e afirma que o caminho para combater a desigualdade não é a educação
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Apesar de a Constituição Brasileira proibir a interferência do Estado de forma coercitiva no planejamento familiar, o candidato a presidente pelo PSL, Jair Bolsonaro, já evidenciou em seus discursos que defende a esterilização de pobres e miseráveis como recurso necessário para combater a miséria e a violência.
Durante os quase 30 anos de vida parlamentar, as reflexões de Bolsonaro acerca do tema repetem um padrão de pensamento que deixa evidente que essa é uma opinião convicta do candidato.
Em 1992, no início de sua carreira como deputado, Bolsonaro já falava sobre a necessidade de um “rígido controle de natalidade” para evitar a proliferação de pobres.
“Devemos adotar uma rígida política de controle da natalidade. Não podemos mais fazer discursos demagógicos, apenas cobrando recursos e meios do governo para atender a esses miseráveis que proliferam cada vez mais por toda esta nação.”
Em uma de suas entrevistas, Bolsonaro fala claramente sobre esterilização, ao dizer que “já estamos atrasados” e que “o Fujimori está fazendo isso muito bem lá no Peru.”
Na época, o candidato se referia aos métodos do governo ditatorial de Alberto Fujimori, que esterilizou, sem consentimento, mais de 300 mil mulheres no país, sendo a maioria de baixa renda e indígenas.
Esses procedimentos ocorreram dentro da execução do Programa Nacional de Saúde Reprodutiva e Planejamento Familiar, entre os anos de 1990 e 2000.
Bolsonaro voltou ao assunto em 1993, de uma maneira também explícita sobre o tema. Na ocasião, o candidato juntou, no mesmo discurso, pobreza, miséria e a defesa da pena de morte.
“Defendo a pena de morte e o rígido controle de natalidade, porque vejo a violência e a miséria cada vez mais se espalhando neste país. Quem não tem condições de ter filhos não deve tê-los. É o que defendo, e não estou preocupado com votos para o futuro”.
Na contramão do que prega a Constituição de 1988 e do que defende pesquisadores em todo o mundo, para o candidato da extrema-direita, a educação não é o caminho para o combate à desigualdade social, porque, segundo ele, “o povo não está preparado para receber educação.”
“Não adianta nem falar em educação porque a maioria do povo não está preparada para receber educação e não vai se educar. Só o controle da natalidade pode nos salvar do caos”, afirmou Bolsonaro em julho de 2008.
Na opinião do candidato, programas sociais como Bolsa Família e Bolsa Escola servem apenas para incentivar os pobres a terem mais filhos para receber mais benefícios.
Além disso, ele também já afirmou que “tem que dar meios para quem, lamentavelmente, é ignorante e não tem meios controlar a sua prole”, acrescentando que “o pessoal pobre não controla.”
“Só tem uma utilidade o pobre no nosso país: votar. Título de eleitor na mão e diploma de burro no bolso, para votar no governo que está aí. Só para isso e mais nada serve, então, essa nefasta política de bolsas do governo”, declarou em novembro de 2013 do plenário da Câmara.
Por Redação, da Secretaria Nacional de Mulheres do PT