Brasil mais que dobra energia dos ventos
De agosto de 2014 a julho deste ano (2015), a geração eólica foi ampliada em 114% e dobrou sua participação na matriz energética nacional
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Nos 12 meses iniciados em agosto de 2014 até julho de 2015 a produção brasileira de energia eólica (gerada por turbinas instaladas em torres cataventos) mais que dobrou, ao registrar no período crescimento de 114% no encerramento do primeiro semestre deste ano (2015). Os dados foram divulgados em balanço da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, na segunda-feira (24).
A carga disponibilizada ao mercado por esse segmento foi de 1.840 megawatts (MW) médios, contra 860 MW médios do ano anterior. Foram agregados ao sistema interligado nacional (SIN) 980 MW médios, que reforçam o parque gerador nacional e diminui a dependência dos reservatórios das hidrelétricas (usinas movidas à agua), tornando o setor menos vulnerável a crises de abastecimento.
A expansão do setor, especialmente no Nordeste, onde o Rio Grande do Norte lidera a capacidade de produção, tem sido uma das preocupações do governo Dilma Rousseff, que realizou semana passada uma nova rodada de licitações de geração para fontes alternativas (eólica, biomassa, gás natural e também pequenas hidrelétricas regionais).
O leilão, para gerar mais de 9 mil MW, teve 86% dessa capacidade dirigida para a produção eólica. O grupo paulista Votorantim foi um dos principais vencedores do leilão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que marca a entrada da família do falecido megaempresário Antônio Ermírio de Morais no segmento de geração eólica.
O Programa de Investimentos em Energia Elétrica (PIEE), anunciado pela presidenta há quase um mês, com R$ 186 bilhões em investimentos, sendo R$ 116 bilhões a serem contratados até 2018, prevê o leilão de geração para mais até 6 mil MW de geração eólica até início da próxima década. Isso é mais da metade dos 11 mil MW previstos pelo PIEE para contratação hidrelétrica, o que indica um crescimento proporcionalmente maior da modalidade dos ventos.
Representatividade em alta – É isso que mostram os dados sobre a participação do setor na matriz energética nacional. Em junho de 2014, no encerramento do primeiro semestre, essa modalidade detinha 1,4% apenas do total da produção brasileira; no mesmo mês deste ano (2015), dobrou para 3%.
O RN é o principal produtor, ao registar a geração de 650 MW médios de energia no primeiro semestre de 2015. Em um ano, houve um crescimento de 142,6% da geração no estado, cujo principal concorrente é a Bahia, que, mesmo quase quatriplicando sua capacidade (crescimento de 297%), gera 406 MW médios.
Ceará, com 362 MW médios (mais 48% em um ano) e Rio Grande do Sul, com 287 MW médios (aumento de 91%) completam o time dos principais operadores do setor.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias