Brasil reduz número de mortes no trânsito
Balanço divulgado pelo governo federal mostra uma queda de 10% no número de mortes no trânsito no último ano
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O Brasil reduziu em 10% o número de mortes no trânsito no último ano. De acordo com dados preliminares divulgados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mais de 40,4 mil pessoas perderam a vida em 2013 vítimas desses acidentes. Apesar de ainda alarmante, os dados mostram melhora em comparação com o ano anterior. Uma das principais causas de mortes no País, a violência no trânsito vitimou mais de 44,8 mil pessoas em 2012.
A redução é mais expressiva ao comparar dados de 1998, quando foi adotado novo Código de Trânsito Brasileiro. Configuram entre as causas para a redução do número de mortes o maior rigor nas leis de trânsito, com aumento das penalidades e maior fiscalização. Para o professor de Engenharia de Tráfego da Universidade de Brasília (UnB), doutor Paulo César Marques, a fiscalização inibe o comportamento nocivo do condutor, mas é menos eficaz se aplicada como única medida coibitiva.
“É preciso que as campanhas educativas andem juntas e que haja mais presença de agentes de trânsito nas ruas”, afirma. Para ele, o papel desses servidores exerce poder educativo e preventivo no condutor mais do que a fiscalização eletrônica. Apesar de as atividades educativas serem poucas e restritas, as campanhas nacionais e de natureza permanente – como em feriados prolongados, voltas às aulas e início do verão – exercem função complementar primordial. “Elas servem mais para sensibilizar dos que para de fato informar, pois quem comete infração não é por falta de informação, mas por imprudência”, afirma.
Para César Marques, as campanhas não devem restringir-se ao comportamento do condutor. É preciso atingir toda a população, responsável direta ou indiretamente pelo trânsito. “O trânsito é mais humano quando o grau de cidadania da população é maior”, acredita.
Lei Seca – A queda do número de vítimas do trânsito é também explicada pelo rigor da Lei Seca em todo o Brasil. Desde 2013, motoristas passaram a ser autuados em flagrante por dirigir embriagados e mudanças na legislação permitiram que o infrator fosse enquadrado como criminoso.
Além do uso intensivo do bafômetro, outras evidências passaram a ser aceitas para provar a ingestão de álcool. “A maior aplicação da Lei Seca também teve efeito especialmente na redução da sensação de impunidade”, observa o pesquisador.
O acesso a carros com itens de segurança é também apontado como fator para a redução das mortes no trânsito. Desde 2013, opcionais como airbag e freio ABS passaram a ser obrigatórios em carros fabricados dentro e fora do Brasil.
Segundo as resoluções 311 e 312 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), até 2014 todos os veículos vendidos no país deverão conter estes itens de segurança. “A melhora da qualidade da frota será sentida com eficiência nos próximos anos, conforme for a renovação da frota”, explica César Marques.
Por Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias