Brasileiro tem direito a comer carne, ovo e frango, diz Dilma

Presidenta recebeu os 7,5 milhões de votos do Plebiscito Popular pela Reforma Política e defendeu a pressão popular para levar à mudança

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A presidenta Dilma Rousseff lamentou, nesta segunda-feira (13), a frase do secretário de Política Econômica, Márcio Holland. Enquanto ele sugere aos brasileiros compre frango ao invés de carne bovina para driblar a alta nos preços, ela defendeu o direito do povo em comprar os três alimentos.

Dilma classificou este poder de compra como uma das grandes vitórias do governo dela e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que inclusive tirou o Brasil do Mapa da Fome da ONU. Ela também considerou o aumento dos preços como algo conjuntural.

“O fato que garante que o brasileiro vai poder comer proteína, carne, frango, ovo na mesa, é que nós aumentamos o emprego, né? Enquanto eles sempre desempregaram, nós garantimos o emprego. Se somar eu com o Lula, chegamos a 21 milhões. Só eu são 5,6 milhões de empregos”, analisou.

Reforma Política – A presidenta Dilma Rousseff recebeu das mãos de representantes da sociedade civil o resultado do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, no qual o povo expressa a necessidade de uma Reforma Política no País. A entrega do documento foi realizada em Brasília e teve a participação de 19 entidades das 480 que realizaram o plebiscito.

“Só a mobilização popular pode ser capaz de criar as condições para a Reforma Política, mãe de todas as reformas. Não podemos achar que o Congresso se autorreforma. Acho que nenhuma instância se autorreforma sem a manifestação popular”, afirmou Dilma durante o encontro.

Dilma apontou que está de acordo com propostas relacionadas na pauta da Reforma Política, como o fim do financiamento empresarial de campanha; o fim das coligações proporcionais; e em favor de eleições proporcionais em dois turnos, com a paridade entre homens e mulheres como candidatos.

Paola Estrada, da Secretaria Operativa Nacional do Plebiscito Popular da Constituinte, lembrou que a consulta popular recebeu 7,7 milhões de votos.  Destes, 7,5 milhões votaram a favor a realização da Constituinte. Mais de 1,8 mil comitês populares espalhados em todos os estados coletaram votos.

“Se o Congresso não realiza a Reforma Política, nós realizaremos. Estamos aqui mandatados por 8 milhões de pessoas que participaram do plebiscito. Seguiremos firmes e corajosos até que a vitória seja nossa”, afirma Paola Estrada.

No ano passado, milhares de pessoas saíram às ruas pedindo melhorias em vários segmentos, inclusive no campo político. O plebiscito foi feito justamente para mostrar que esta continua sendo a vontade do povo.

Segundo Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), só a força da mobilização fará o Congresso convocar o plebiscito oficial. “Se não houver mobilização popular, este Congresso não vai fazer. Se não fosse esta militância, especialmente a juventude, o Brasil não teria o contraponto”, afirmou.

João Pedro Stédile, um dos principais dirigentes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), destacou que o povo quer também outras melhorias. “O povo quer mudanças para frente, como transporte de qualidade e Reforma Agrária. Todas estas mudanças só serão possíveis se combinarmos com a Reforma Política, porque o poder econômico das empresas sequestrou a democracia no Brasil”, afirmou.

Reeleição – Dilma também comentou sobre o posicionamento dos adversários à respeito do fim da reeleição para cargos executivos. A candidata prefere esperar uma proposta concreta e clara sobre o assunto, e desconfia da motivação dos tucanos na questão.

“Acho interessante, porque quem tá propondo o fim da reeleição foi quem criou a reeleição. Num processo que, se tivesse investigação, teríamos de nos perguntar, ‘Aonde estão todos os acusados de terem sido corrompidos durante o processo de aprovação da reeleição? E hoje estão aonde?’ Todos soltos”, comentou.

Por Rodrigo Vasconcelos, da Agência PT de Notícias

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