Centrais sindicais convocarão nova greve geral em junho
Centrais sindicais e movimentos sociais de todo Brasil organizam nova mobilização histórica. Ato deve acontecer entre os dias 26 e 30 de junho
Publicado em
As centrais sindicais aprovaram uma nova greve geral que deve ser realizada entre os dias 26 e 30 de junho. A mobilização será realizada com o intuito de barrar o desmonte da Previdência e dos direitos trabalhistas, além de exigir Diretas Já e Fora Temer.
A data precisa da greve ainda está em processo de construção, porque os sindicatos querem se alinhar da melhor maneira possível com outros movimentos sociais, como o MST e os estudantes. A decisão deve sair na próxima segunda-feira (5), quando os dirigentes voltarão a se reunir, em São Paulo.
“Nós vamos fazer a greve geral. Vamos fazer com que cessem no Congresso as reformas, ou entre 26 e 30 de junho nós vamos realizar a maior greve geral da história”, afirmou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas.
O presidente da CUT relembrou, ao falar sobre a nova mobilização, da maior greve geral da nossa história do Brasil, que aconteceu no dia 28 de abril deste ano. “Entre 26 e 30 de junho será maior ainda, paralisando o Brasil todo, a atividade econômica, enfrentando o Congresso reacionário, enfrentando o governo golpista, exigindo nenhum direito a menos”.
Além disso, ele voltou a defender a necessidade de eleição direta. “Diretas Já para garantir que você tenha legitimidade em qualquer governo que seja eleito. Porque se ele for indicado, qualquer governo que seja é ilegítimo”.
“Nós da central sabemos que o objetivo do golpe, além de uma derrota da Dilma, do PT, do Lula, era uma retirada de direitos dos trabalhadores. Eles só vão efetivar o golpe quando ele conseguirem aprovar as reformas. Se tiver que tirar o Temer para aprovar as reformas, eles tiram. Por isso defendemos as Diretas Já e não às reformas”, concluiu o presidente da CUT.
A presidenta da CUT de Minas Gerais, Beatriz Cerqueira, fez uma crítica às últimas ações truculentas das polícias em atos contra Michel Temer. “Não temos medo nem das bombas, nem do aparato repressor que nós enfrentamos no dia 24 de maio. Nós não sairemos das ruas, seja nos nossos estados, seja em nova marcha a Brasília. Nós sabemos que sair das ruas, agora, é deixar esse governo a vontade para a aprovação da reforma da Previdência, trabalhista e seja mais o que esse governo queira de retirada de direitos”.
Para o presidente da UGT, Ricardo Patah, o dia 24 de maio foi “o movimento mais forte e solidário da última década”. “Não podemos perder esse foco”, acrescentou, referindo-se à tramitação das reformas da Previdência, na Câmara, e trabalhista, no Senado.
Para o presidente da CSB, Antonio Neto, o ato de Brasília mostrou que as centrais estão articuladas e unidas. “Foi uma das maiores manifestações que Brasília já viu”, afirmou. Segundo ele, este é o momento de mostrar quem tem “compromisso com a história do Brasil”.
O secretário-geral da CTB, Wagner Gomes, disse que os sindicalistas repudiam “a atitude da polícia e de pessoas infiltradas” Segundo ele, as centrais estudam acionar a Polícia Militar do Distrito Federal por causa do tumulto.
Mobilização contínua
No dia 24 de maio, 200 mil pessoas ocuparam a Esplanada dos Ministérios em Brasília, uma semana após o golpista Temer ser flagrado em gravações participando diretamente da negociação de propina para comprar o silêncio do réu e ex-deputado Eduardo Cunha, atualmente preso. O golpista se sentiu tão acuado que convocou as Forças Armadas para “garantir a lei e a ordem”.
O dia 1º de maio também foi marcado por atos em todo o país, com sindicalistas, lideranças do PT e de movimentos sociais que se uniram em uma pauta crítica às reformas previdenciária e trabalhista que o governo golpista de Temer quer impor ao povo brasileiro.
Em abril ocorreu a grande Greve Geral no dia 28, quando milhares de trabalhadores paralisaram suas atividades por todo o Brasil, mostrando que o povo está disposto a lutar contra a retirada de direitos promovida pelo governo golpista. Nas principais cidades brasileiras, além da paralisação de trabalhadores de setores importantes, houve trancaços em avenidas e vias, além de manifestações durante todo o dia.
No dia 31 de março, cerca de 70 mil pessoas foram às ruas de São Paulo contra a reforma da Previdência, a reforma trabalhista e pela saída do presidente golpista Michel Temer.
No dia 15, a avenida Paulista foi tomada de ponta a ponta por uma multidão de mais de 200 mil pessoas. O povo se manifestou contra o desmonte da Previdência e contra a reforma trabalhista, propostas pelo governo ilegítimo de Temer.
Da Redação da Agência PT de notícias, com informações da Rede Brasil Atual