Chico Vigilante: A oposição e seus hipócritas

Trata-se de uma farsa asquerosa para enganar a população a  nota pedindo a saída do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, assinada pelos  líderes Carlos Sampaio [PSDB-SP], Arthur Maia [SD-BA], Fernando…

Divulgação

Deputado distrital Chico Vigilante

Trata-se de uma farsa asquerosa para enganar a população a  nota pedindo a saída do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, assinada pelos  líderes Carlos Sampaio [PSDB-SP], Arthur Maia [SD-BA], Fernando Bezerra Filho [PSB-PE], Mendonça Filho [DEM-PE], Rubens Bueno [PPS-PR] e Bruno Araújo [PSDB-PE], respectivamente do PSDB, Solidariedade, PSB, DEM, PPS e Minoria.

Todos eles sempre apoiaram Cunha e continuam apoiando e tramando com o presidente da Câmara, para que encaminhe o processo de impeachment antes que  o processo instaurado pela Comissão de Ética da Casa o obrigue a sair.

Na verdade sugerem por traz dos panos que Cunha negocie seu afastamento da presidência em troca da preservação do mandato. Algo parecido com o que fez, em 2007, o senador Renan Calheiros.

O documento é apenas mais uma mentira pra inglês ver, pra enganar otários, um jogo de cena para uma plateia de despreparados.

De uma singeleza sem fim, a nota afirma que Cunha deve afastar-se do cargo, “até mesmo para que possa exercer, de forma adequada, o seu direito constitucional à ampla defesa.

Desde quando parlamentares neste país, não tem garantido o direito constitucional à ampla defesa? eles tem imunidade parlamentar, tem foro privilegiado, o que em muitas nações do mundo não tem.

Se a intenção fosse real teriam exigido sua cassação – o mínimo aceitável após todas as denúncias, dentre elas a do governo suíço, que revelaram dados sobre a origem da propina recebida por Cunha, sobre o corruptor, sobre o intermediário dos repasses, sobre o banco em que foram feitos os depósitos e sobre a utilização que o deputado e sua família fizeram do dinheiro.

De tão delicado o documento mais pareceu um miado de gato assustado. Diante dele, Cunha reafirmou que cumprirá seu mandato de dois anos, sem se afastar. Aliás como sempre faz. Fala grosso e faz ameaças como se fosse a criatura mais honesta do mundo.

Na realidade nenhum deles quer que Cunha seja cassado ou punido exemplarmente porque são todos farinha do mesmo saco e tramam o impeachment de Dilma porque são contra a amplitude das investigações contra a corrupção que vem sendo feitas neste governo.

A estratégia deles é que a saída de Dilma acalme a turba que quer ver sangue e faça parecer que todos os problemas do Brasil acabaram e que os corruptos dos partidos de oposição não precisam ir pra cadeia, só os do PT.

A maioria daqueles que tramam pelo impeachment de Dilma está envolvida em denúncias de corrupção e torcem para que seus processos não caminhem.

Raciocinem comigo. Olhem só o histórico daqueles que assinaram a nota e querem nos convencer que são contra a corrupção:

O líder do PSDB, Carlos Sampaio, em processo no TRE paulista e ocorrências na Justiça e Tribunais de Contas teve reprovada a prestação de contas das eleições de 1998; e em outro processo no TSE foram reprovadas suas contas referentes às eleições municipais de Campinas, do ano de 2008.

Já o senador Fernando Bezerra (PSB-PE), outro signatário da nota, teve autorizado desde março pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), abertura de inquérito para apurar suspeitas por suposto envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras investigado pela Operação Lava Jato.O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE) ,que já trocou gritos com o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL) na mesa do plenário, recebeu R$ 250 mil das empreiteiras Odebrecht e Queiroz Galvão alvo da 7ª fase da Operação Lava Jato. Entre os doadores de sua campanha aparece também Armínio Fraga cotado para ser Ministro da Fazenda de Aécio Neves (PSDB).

Em relação a outro “apoiador” da saída de Cunha, Bruno Araujo, PSDB-Pernambuco, existem extratos bancários no âmbito da operação Lava Jato indicando o recebimento de dinheiro da construtora Queiroz Galvão, dentre outras.

O doleiro Alberto Youssef afirmou, em depoimentos na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que integrantes do PSDB, PP e PSB receberam propinas em contratos da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco e a lista, segundo várias fontes já passava dos 50 nomes.

De acordo com Youssef, teriam recebido subornos o senador Ciro Nogueira (PP-PI),o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto em agosto de 2014, e o ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra, morto em março de 2014.

Com a morte de Sérgio Guerra é justamente sua excelência membro da bancada ruralista, Bruno Araujo, quem assumiu o posto de autoridade máxima do PSDB em Pernambuco. Quem acha que ele também recebeu propinas ?

Outro signatário da nota, o  deputado pernambucano Mendonça Filho (DEM) foi citado em grampo feito pela Policia Federal em 2009 na Operação Castelo de Areia. Mendonça Filho teria recebido  doações da Cavo que pertence ao grupo Camargo Corrêa.

O principal aliado destes senhores da oposição com vistas ao impeachment, no TCU, o  ministro do Augusto Nardes, em nada difere dos demais.

Documentos apreendidos pela Operação Zelotes revelam que Nardes ainda era um dos donos da empresa Planalto Soluções quando ela fechou parceria com uma das principais firmas de consultoria envolvidas no escândalo do Carf.

A firma que contratou a empresa de Nardes é a SGR Consultoria, pertencente ao ex-conselheiro do Carf, José Ricardo da Silva, alvo da investigação sobre compra de decisões no Carf.

A SGR é investigada por atuar a favor da RBS, retransmissora da Globo no Rio Grande do Sul, que disputava a possibilidade de reduzir multas aplicadas pela Receita.

Em 2011, de acordo com a investigação, a RBS pagou R$ 11,9 milhões para a SGR, que repassou R$ 2,55 milhões à Planalto entre dezembro de 2011 e janeiro de 2012.

Emails enviados pela secretária da SGR ao dono da empresa que citam pagamentos a “Tio” indicam que Nardes foi remunerado com R$ 1,6 milhão e Carlos Juliano, sobrinho dele, com R$ 900 mil.

Este é o Brasil de hoje. Corruptos armam contra uma presidente eleita democraticamente.

Enquanto centenas de milhares de pessoas marcham em Berlim neste sábado contra um acordo de livre comércio planejado entre Europa e os Estados Unidos por acreditarem ser anti-democrático, colocar em risco a segurança alimentar, e as normas trabalhistas e ambientais, no Brasil uma maioria se cala diante da trama dos corruptos para derrubar Dilma.

Onde está a indignação do povo brasileiro contra a corrupção?

Não podemos permitir que o mundo assista chocado a uma democracia de 202 milhões de habitantes ser pisoteada por um bando de canalhas, como são as lideranças do golpe que se arma contra Dilma e o PT, com o apoio da   mídia mais reacionária do planeta.

Chico Vigilante é deputado ditrital e líder do Bloco PT/PRB

PT Cast