Com Bolsonaro, desemprego cresce e famílias brasileiras compram menos

Nos dois primeiros meses de desgoverno Bolsonaro, a queda no consumo de itens essenciais como alimentos e produtos de higiene foi a maior do período em cinco anos

Antônio Cruz/

Bolsonaro

A desastrosa política econômica de Jair Bolsonaro (PSL) já tem impactos diretos dentro da casa das famílias brasileiras. Empurrado pelo aumento do desemprego e da inflação, o consumo de alimentos, bebidas, produtos de higiene e limpeza teve uma redução de 5,2% em janeiro e fevereiro deste ano. Essa foi a primeira queda para o período em cinco anos, de acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria Kantar e divulgada pelo Estado de S. Paulo neste domingo (14).

O levantamento mostra que os brasileiros foram menos ao supermercado e cortaram produtos da lista em cada uma dessas idas. A Classe C foi a mais afetada e os itens que mais contribuíram para a queda foram açúcar, papel higiênico, leite, detergente em pó e cerveja.

Em um cenário de desemprego e inflação, o povo brasileiro deixa de fazer compras em setores considerados essenciais, como alimentos e higiene. Ao Estadão, a diretora da consultoria e responsável pela pesquisa, Giovanna Fisher, afirmou que ficou “chocada” com o resultado. “É uma queda bem forte que ocorreu em todas as classes sociais e regiões do País”, ressaltou.

O aumento da inflação de alimentos está entre as causas do fenômeno. Até 2018, os preços de alimentos e bebidas ajudaram a manter estável a taxa geral de inflação. A partir de novemo do ano passado, o cenário começou a mudar e, no mês passado, a inflação acumulada de alimentos e bebidas chegou a 6,73%, superando a inflação geral que ficou em 4,58%.

Outro fator que levou a redução do consumo das famílias foi o desemprego que aumentou e atingiu 13,1 milhões de brasileiros em fevereiro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo período, o número de desalentados – pessoas que perderam a esperança de encontrar emprego – foi recorde com quase 5 milhões de pessoas afetadas.

Expectativa do PIB continua reduzindo

Se os primeiros meses do governo Bolsonaro já foram desastrosos, a expectativa para o resto do ano também não é animadora. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central recuou 0,73% em fevereiro, atingindo o pior resultado desde maio de 2018. O percentual é calculado sobre o índice de janeiro, que já havia apresentado queda de 0,31%.

O medidor é considerado antecedente ao Produto Interno Bruto (PIB), que, por sua vez, teve a expectativa reduzida pela sétima vez este ano, de acordo com o boletim Focus desta segunda-feira (15).

Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), da Fundação Getúlio Vargas divulgada em março já alertava sobre as projeções do PIB para 2019 e 2020 e calcula que, ano que vem, o país deve encerrar a década com o pior crescimento em 120 anos. O desempenho deve ser pior que o registrado nos anos 80, período que ficou conhecido como “década perdida”.

Da Redação da Agência PT de Notícias com informações do Estadão Valor Econômico 

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